A Revolução do Acesso à Internet na África do Sul: A Chocante Verdade Sobre a Conectividade em 2025

Do lento discado ao boom da fibra e do 5G
A infraestrutura de internet da África do Sul se transformou dramaticamente na última década, saindo das linhas telefônicas de cobre para as rápidas fibras ópticas e o wireless 5G. A banda larga fixa é agora dominada pela fibra, já que as antigas conexões ADSL (DSL sobre cobre) estão desaparecendo. A Telkom – o antigo monopólio – chegou a ter mais de 1 milhão de assinantes de ADSL no auge, por volta de 2015, mas até o fim de 2024 restaram menos de 36.000 clientes nessas linhas de cobre mybroadband.co.za mybroadband.co.za. Esse colapso de 96% no uso do DSL reflete a migração dos clientes para a fibra e a banda larga wireless. As assinaturas de fiber-to-the-home (FTTH) saltaram de 1,49 milhão em 2023 para 2,47 milhões em 2024 newsletter.en.creamermedia.com – um crescimento impulsionado pelos rollouts agressivos de provedores como a Openserve da Telkom, Vumatel e outras operadoras de rede de fibra. Hoje, as grandes cidades já contam com ampla cobertura de fibra, entregando internet rápida e ilimitada para casas e empresas.
Enquanto isso, o acesso móvel reina absoluto para a maioria dos sul-africanos. Mais de 69% dos usuários de internet acessam pelo celular, enquanto apenas cerca de 13% das residências contam com banda larga fixa em casa freedomhouse.org. As quatro operadoras móveis (Vodacom, MTN, Telkom Mobile e Cell C) oferecem ampla cobertura 3G/4G – alcançando 99% da população no 3G e 4G LTE newsletter.en.creamermedia.com. A banda larga móvel é muitas vezes a única opção em áreas rurais ou townships, onde a instalação da fibra é cara. Iniciativas de Wi-Fi público também ajudam a preencher as lacunas: programas de governo como o SA Connect instalaram milhares de hotspots comunitários em escolas, bibliotecas, postos de saúde e espaços públicos, levando internet acessível às comunidades carentes gov.za gov.za. Nos principais centros metropolitanos, governos municipais lançaram projetos de Wi-Fi gratuito (como o “Project Isizwe” em Tshwane e o Wi-Fi público da Cidade do Cabo) permitindo uma franquia diária de dados grátis para os usuários. Esses esforços mostram a mudança ampla para a conectividade sem fio, tornando a internet mais onipresente do que nunca – a penetração da internet na África do Sul chegou a cerca de 75% da população no início de 2024 datareportal.com freedomhouse.org.
O fosso digital urbano–rural: Dois mundos online
Apesar do progresso geral, onde você mora na África do Sul determina amplamente sua experiência de internet. Áreas urbanas têm conectividade muito melhor do que regiões rurais. Cidades como Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durban contam com múltiplas opções de alta velocidade – fibra chega a muitos subúrbios, o 4G é universal e o sinal 5G cada vez mais presente. Já muitos vilarejos e áreas rurais ainda dependem do 3G básico ou até de conexões 2G, e algumas áreas remotas permanecem sem cobertura alguma newsletter.en.creamermedia.com. Isso criou um notável fosso de internet entre cidades e campo. Em toda a África, cerca de 57% dos moradores urbanos estavam online em 2024, contra apenas 23% dos residentes rurais ecofinagency.com ecofinagency.com. A África do Sul reflete esse padrão: enquanto quase 75% das residências no país possuem algum acesso à internet gov.za freedomhouse.org, o acesso rural ainda fica bem atrás dos centros urbanos. Usuários rurais também costumam experimentar velocidades mais baixas – permanecendo no 3G ou no satélite – em contraste com usuários urbanos que já podem acessar fibra ou 4G/5G.
A expansão da infraestrutura favorece fortemente as cidades. Operadoras privadas concentram investimentos em fibra e 5G onde a densidade populacional e a renda são maiores (só a província de Gauteng, onde ficam Joanesburgo e Pretória, tem cerca de 25% da população e a maior cobertura de banda larga). Em áreas rurais, a implantação segue lenta, devido ao alto custo e ao retorno financeiro menor. Para encurtar esse fosso, o programa estatal SA Connect (Fase 2 lançada no final de 2023) tem como meta conectar mais de 5,5 milhões de domicílios rurais até 2026, por meio de subsídios para backbone de fibra e hotspots Wi-Fi gov.za gov.za. As operadoras móveis também usam espectro de baixa frequência (como 700 MHz para 4G/5G) para cobrir áreas rurais mais amplas; por exemplo, Rain e Vodacom começaram a ativar 4G/5G na faixa de 700 MHz para chegar até fazendas e pequenas cidades mybroadband.co.za mybroadband.co.za. O fosso digital está diminuindo lentamente – dados do censo mostram que a fatia de domicílios sul-africanos sem acesso à internet caiu de 64,8% em 2011 para 21,1% em 2022 gov.za gov.za – mas a diferença de conectividade entre cidades e campo ainda é grande em 2025.
Acessibilidade e velocidade: quão rápido e caro é o acesso à internet na África do Sul?
As velocidades de internet na África do Sul cresceram de forma constante, e o custo por unidade de dados ou velocidade caiu, mas o acesso ainda pesa no orçamento de muitos. No início de 2024, a velocidade mediana das redes móveis era de cerca de 50 Mbps de download (alta de 35% em relação ao ano anterior) e a velocidade mediana da banda larga fixa era de cerca de 46 Mbps (alta de ~14%) datareportal.com datareportal.com. Em conexões 5G, é possível atingir centenas de Mbps – um teste realizado no novo roteador 5G da Rain chegou a 401 Mbps de download gadget.co.za. Planos de fibra para residências normalmente oferecem 25–100 Mbps, com planos premium chegando a 1 Gbps nas principais metrópoles. Esses números são um salto em relação ao padrão de uma década atrás, quando o ADSL de 4 Mbps era a norma.
Os preços dos dados de internet, porém, são altos em relação à renda dos mais pobres. A internet móvel na África do Sul é mais barata do que na maioria dos outros países africanos, mas ainda custa mais (em termos absolutos) do que em países desenvolvidos. Em 2024, um pacote móvel básico de dados/voz custava cerca de 0,7–0,9% da renda nacional bruta per capita mensal (dentro dos padrões globais de acessibilidade), enquanto um pacote básico de banda larga fixa (5 GB mensais) representava 3,3% da renda per capita datahub.itu.int. Na prática, 1 GB de dados móveis pode custar cerca de R85 (∼US$5) no pré-pago, embora pacotes maiores barateiem o giga. Por exemplo, um pacote de 20 GB custa cerca de R299 (US$16) nas grandes operadoras. Internet “ilimitada” via fibra ou 5G para residências oferece melhor custo-benefício: muitos provedores vendem fibra ilimitada a 10 Mbps por ~R400 (US$22) e planos de 50–100 Mbps entre R600 e R800 (US$33–44) mensais. Os planos 5G fixo da Rain são muito competitivos: o pacote ilimitado 5G básico sai por R649 mensais (velocidade até 30 Mbps) e o plano premium Rain 5G por R1.095 oferece dados e velocidade ilimitados, além de chamadas e dados móveis grátis para dois telefones rain.co.za gadget.co.za. Esses planos são bem mais acessíveis do que a fibra tradicional nas áreas cobertas pela Rain.
Apesar dessas opções, muitos sul-africanos de baixa renda ainda consideram o acesso à internet caro. A grande maioria dos usuários depende de dados móveis pré-pagos e precisa controlar rigorosamente o consumo. Para enfrentar isso, em 2020 a Comissão de Concorrência pressionou as operadoras a reduzirem os preços dos dados (“#DataMustFall”). Vodacom e MTN responderam reduzindo tarifas e oferecendo dados diários gratuitos para usuários de menor renda. Até 2025, os preços dos dados móveis por GB caíram ainda mais, e serviços zero-rated (acesso gratuito a certos sites) são oferecidos, mas a **lacuna de acessibilidade permanece** – pessoas em situação de pobreza têm dificuldade para custear um pacote de dados substancial a cada mês. Iniciativas governamentais como a Wi-Fi pública do SA Connect visam fornecer acesso a custo ultrabaixo (a partir de R5 por gigabyte e R249 por mês no serviço ilimitado em redes subsidiadas) gov.za. Bibliotecas e centros comunitários também oferecem Wi-Fi gratuito. Ainda assim, para famílias mais pobres em áreas rurais e bairros populares, até mesmo um smartphone com dados pode ser um luxo. A boa notícia é que o valor da internet está melhorando: os “price baskets” de TIC da África do Sul têm classificação melhor que muitos outros países – por exemplo, os dados móveis são mais acessíveis (relativamente à renda) aqui do que na maioria dos países da África Subsaariana datahub.itu.int – e as velocidades continuam a crescer com a nova infraestrutura.
Conheça os principais players: ISPs e gigantes das telecomunicações conectando a África do Sul
O mercado de acesso à internet da África do Sul é moldado por uma mistura de antigos incumbentes e novos entrantes disruptivos. Estes são os principais provedores e o que oferecem:
- Telkom (Openserve) – “O gigante tradicional se reinventando.” A Telkom era o monopólio estatal de linhas fixas e ainda opera uma vasta infraestrutura nacional e centrais. Por meio de sua divisão atacadista Openserve, a Telkom fornece infraestrutura de cobre (agora quase totalmente aposentada) e fibra, alugando capacidade para dezenas de ISPs. O braço varejista da Telkom vende DSL (praticamente extinto) e fibra residencial, além de banda larga sem fio fixa LTE. Também opera a Telkom Mobile (marca “Telkom Mobile” ou antes “8ta”), com cerca de 16 milhões de assinantes e acordos de roaming para ampliar sua cobertura. A Telkom tem desativado o cobre de forma agressiva – em março de 2024, apenas cerca de 10% de suas linhas de banda larga fixa ainda eram DSL, o restante já era fibra mybroadband.co.za mybroadband.co.za. Com aproximadamente 667 mil casas conectadas à sua fibra e 1,34 milhão de residências cobertas mybroadband.co.za, a Telkom/Openserve é líder em FTTH junto com a Vumatel. A Telkom também oferece pacotes de dados móveis acessíveis e planos pré-pagos FreeMe para competir no mercado móvel. Apesar das dificuldades financeiras recentes, a Telkom permanece essencial na expansão da fibra óptica para bairros populares e pequenas cidades.
- Vodacom – “A líder do mercado móvel.” Subsidiária da britânica Vodafone, a Vodacom é a maior operadora móvel da África do Sul (mais de 45 milhões de clientes no país, cerca de 42% de market share en.wikipedia.org). Oferece 2G/3G/4G em todo o país e foi a primeira a lançar 5G em 2020 mybroadband.co.za. No início de 2025, a rede 5G da Vodacom cobre cerca de 52% da população mybroadband.co.za, concentrando-se em áreas urbanas e periurbanas. A Vodacom tem investido pesado (mais de R12 bilhões previstos para o FY2026) para expandir o 5G e melhorar a cobertura rural mybroadband.co.za. Em termos de velocidade e qualidade, a Vodacom costuma liderar – oferece as velocidades de download em 5G mais rápidas da África do Sul em muitos testes opensignal.com mybroadband.co.za. Além do móvel, a Vodacom entrou no mercado de banda larga via fibra fazendo parcerias com operadoras de rede de fibra para vender pacotes FTTH, além de atuar em serviços financeiros (dinheiro móvel, seguros) aproveitando sua enorme base de assinantes. Seus planos de dados são extensos, desde pacotes por hora e diários até grandes ofertas Night Owl (fora do pico). A Vodacom está impulsionando a adoção do 5G e anunciou ambições de cobrir ainda mais áreas rurais com 4G/5G até 2030 techpoint.africa. No entanto, tem enfrentado desafios recentes como perda de assinantes devido a regras de registro de cartão SIM e concorrência mybroadband.co.za.
- MTN – “O gigante pan-africano e segundo maior operador móvel.” A MTN África do Sul tem cerca de 35 milhões de assinantes (~34% de market share) e disputa lado a lado com a Vodacom. A MTN lançou o 5G logo após a Vodacom e atingiu 45% de cobertura populacional até meados de 2025 mybroadband.co.za mybroadband.co.za. Embora a expansão do 5G da MTN tenha desacelerado um pouco em 2024, a empresa segue investindo bilhões (mais de R3 bilhões em 2025) para modernizar sua rede mybroadband.co.za. A rede da MTN é famosa por sua ampla cobertura e alta qualidade – costuma vencer em disponibilidade 5G (tempo que usuários passam em 5G), com métricas mostrando que usuários MTN ficam em 5G cerca de 8,7% do tempo (um pouco mais que Vodacom) nperf.com. Assim como a Vodacom, a MTN também oferece serviços de fibra residencial em parcerias (marca MTN Supersonic em alguns casos) e planos LTE fixo para internet domiciliar. Os preços de dados da MTN são semelhantes aos da Vodacom, e as duas gigantes costumam igualar promoções. A MTN aposta em diferenciais como “MTN Mobile Money” (MoMo) e pacotes de streaming de música. Regionalmente, a força da MTN em toda a África traz escala, mas no país segue como segunda maior ISP móvel, buscando reduzir a distância para a Vodacom em número de clientes e cobertura 5G.
- Rain – “A rede disruptiva só de dados.” A Rain é uma operadora relativamente nova (lançada em 2018) que construiu uma rede fixa sem fio 4G/5G em vez de uma rede tradicional de voz móvel. A Rain inicialmente focou em oferecer planos ilimitados de dados 4G a preços baixos, conquistando o público que consome mais dados. Depois lançou 5G nas grandes metrópoles e foi uma das primeiras do mundo a ofertar internet residencial 5G standalone. Em 2025, a rede 4G/5G da Rain cobre parte de todas as grandes cidades e muitos municípios, mas ainda não é nacional. A Rain não vende planos de 2G/3G ou voz – seu produto convergente é o rainOne, que agrupa WiFi residencial 5G ilimitado com chamadas VoIP e SIMs de dados para uso móvel rain.co.za. Os preços são mais baixos que os das grandes operadoras: por exemplo, R649/mês por 5G ilimitado (corte de 30 Mbps), ou R849 para 5G a 60 Mbps rain.co.za. O plano top “Rain Home Unlimited” a R1.095 oferece 5G em velocidade máxima (geralmente 200+ Mbps) mais chamadas e dados em duas SIMs móveis gadget.co.za. Esses planos agressivos forçaram os concorrentes a lançarem suas próprias opções fixas 5G sem fio. A estratégia da Rain mira casas urbanas e suburbanas sem acesso à fibra, ou que buscam uma alternativa plug-and-play. A empresa está expandindo cobertura e investindo em espectro de baixa frequência (700 MHz) em 2025 para alcançar mais áreas rurais mybroadband.co.za, e planeja lançar serviços móveis para que clientes usem SIMs Rain em qualquer lugar. Menor que as duas grandes, a Rain mexeu com o mercado ao inovar nos planos ilimitados de dados.
- Cell C – “A ressurreição do challenger (terceira maior móvel do país).” A Cell C já foi uma forte desafiante no mercado móvel, mas sofreu com problemas financeiros e uma base de assinantes ativos encolhendo (atualmente entre 12 e 13 milhões). Nos últimos anos, passou a adotar o modelo de acordo de roaming – desligou boa parte de sua estrutura própria e agora depende das torres da MTN e Vodacom para trafegar os dados de seus clientes. Isso reduziu custos, mas também atrasou a oferta de novas tecnologias. Assim, a Cell C ficou atrás no 5G – só em 2025 deve ativar a primeira rede. A empresa promete lançar o 5G em meados de 2025, provavelmente usando as redes dos parceiros mybroadband.co.za. A Cell C foca em ofertas centradas em valor, como pacotes pré-pagos acessíveis, e sedia diversos MVNOs (operadoras móveis virtuais) do país. Sua recapitalização (“Blue Label Telecoms”) e a nova estratégia buscam estabilizar a empresa. Não é mais uma grande inovadora, mas mantém nichos, sobretudo entre consumidores que buscam preço baixo, e sua futura entrada no 5G pode acirrar a concorrência em altas velocidades.
Além desses, centenas de Provedores de Serviço de Internet (ISPs) operam no mercado, especialmente em banda larga fixa. Empresas como Afrihost, MWEB, Cool Ideas e Vox oferecem serviços de fibra e internet sem fio fixa (geralmente alugando linhas Openserve ou Vumatel). Existem ainda ISPs rurais e redes comunitárias especializadas usando TV em espectro branco ou Wi-Fi em malha para conectar áreas remotas. De modo geral, os sul-africanos contam com um leque cada vez maior de opções de acesso – de grandes teles a provedores de fibra de nicho – estimulando preços competitivos e inovação em serviços.
Internet dos Céus: A Conectividade via Satélite Decola
Para quem está muito além do alcance da fibra ou das torres de celular, a internet via satélite está se tornando uma virada de jogo. Tradicionalmente, a banda larga via satélite na África do Sul significava links VSAT caros e lentos usados por fazendas, pousadas ou empresas em zonas remotas. Provedores como a YahClick (via satélites geoestacionários) oferecem internet rural via satélite há anos, mas com velocidades modestas (geralmente entre 2 e 20 Mbps) e alta latência. No entanto, a chegada das constelações de órbita baixa (LEO) – principalmente o Starlink da SpaceX – promete melhorar radicalmente a internet via satélite, oferecendo velocidades e latência semelhantes à fibra. O serviço da Starlink pode entregar 50–150 Mbps de download e ~20 Mbps de upload, com latência inferior a 50 ms, praticamente em qualquer lugar com céu aberto. O serviço já fez sucesso em outros países africanos: no Zimbábue, o Starlink foi lançado no final de 2024 e, em apenas um trimestre, conquistou quase 20.000 assinantes, impulsionando o total de assinaturas de internet via satélite em mais de 500% em três meses cleantechnica.com cleantechnica.com. Essa adoção recorde no Zimbábue (onde o Starlink custa de 30 a 50 dólares por mês) revela uma enorme demanda reprimida por internet rural de melhor qualidade cleantechnica.com.
No entanto, na África do Sul, o lançamento do Starlink foi travado por obstáculos regulatórios. A Autoridade Independente de Comunicações da África do Sul (ICASA) exige que operadoras de telecomunicações tenham pelo menos 30% de propriedade de sul-africanos historicamente desfavorecidos (negros). O Starlink (SpaceX), não querendo ceder participação, não tinha obtido licença até meados de 2025 ecofinagency.com connectingafrica.com. O uso do Starlink na África do Sul tem sido tecnicamente ilegal – a ICASA chegou a alertar o público, no final de 2023, contra a “importação e venda ilegal” de kits do Starlink connectingafrica.com. Apesar disso, alguns entusiastas supostamente conseguiram obter unidades do Starlink (possivelmente registradas em Moçambique ou Namíbia) – levando a ICASA, em maio de 2025, a reprimir o uso não autorizado connectingafrica.com connectingafrica.com. O cenário pode estar mudando, porém. Em maio de 2025, o governo sul-africano propôs uma nova política que permitiria que operadores internacionais como o Starlink cumprissem as regras de empoderamento através de programas de investimento local em vez de participação acionária. As autoridades insistem que não se trata de um “acordo especial” para a empresa de Elon Musk, mas, se adotada, essa mudança abriria finalmente as portas para a entrada oficial do Starlink ecofinagency.com ecofinagency.com. Consultas públicas sobre essa minuta de nova política estão em andamento, e o site da Starlink ainda mostra a disponibilidade na África do Sul como “desconhecida” à espera de aprovação regulatória ecofinagency.com.
No momento, outras opções de satélite atendem sul-africanos que precisam de conectividade. A Viasat (que adquiriu a antiga Inmarsat) e a Hughes Network têm parceiros locais que oferecem planos VSAT, geralmente focados em uso corporativo ou crítico. O provedor local Vox, por exemplo, revende banda larga satelital YahClick Ka-band, e empresas como MorClick e GlobalTT fornecem links por satélite em toda a África. Esses serviços tradicionais de satélite normalmente têm limites de dados rigorosos e custos elevados (centenas de dólares por poucas dezenas de GB). O Starlink, por outro lado, oferece dados ilimitados e preços simples (cerca de 90 a 100 dólares/mês internacionalmente, com custo único de ~600 dólares pelo equipamento). Sua acessibilidade relativa e performance podem ser transformadoras para escolas, fazendas e comunidades remotas, do Karoo à Wild Coast, que nunca tiveram internet rápida. Até mesmo para backup emergencial em cidades (durante quedas de cabo ou apagões), os links via satélite são atraentes.
Olhando para o futuro, a África do Sul pode ver novos players no satélite: a constelação Project Kuiper da Amazon está no horizonte, e a OneWeb (apoiada pelo Reino Unido e pelo grupo Bharti da Índia) fez parceria com a Airtel Africa e outros para oferecer banda larga LEO no continente. Se o licenciamento do Starlink for resolvido, a África do Sul provavelmente se juntará aos cerca de 19 países africanos já online pelo Starlink connectingafrica.com. Os casos de uso são inúmeros – de conectar reservas ambientais e clínicas rurais até oferecer salas de aula móveis e suporte a respostas a desastres. A internet via satélite não será a opção mais barata, mas oferece algo inestimável: cobertura literalmente em qualquer lugar. Num país tão grande e diversificado quanto a África do Sul, essa universalidade pode finalmente fechar as últimas lacunas de conectividade.
Iniciativas Governamentais e Regulação: Avançando Rumo ao Acesso Universal
O governo sul-africano reconhece que o acesso à internet é essencial para o crescimento econômico e a inclusão social, e tem implementado diversas iniciativas para ampliar a cobertura e a acessibilidade. O programa carro-chefe é o SA Connect, um projeto nacional de banda larga por fases iniciado em 2013 e atualmente em sua Fase 2 (2023–2026). A Fase 1 do SA Connect conectou quase 1.000 instalações governamentais (escolas, clínicas etc.) e implementou hotspots Wi-Fi comunitários de teste. Com base nisso, a Fase 2 pretende conectar mais de 5,5 milhões de lares, 32.000 pontos Wi-Fi, 18.000 escolas, 5.700 clínicas e até 8.200 centros tradicionais de autoridade tribal até 2026 gov.za gov.za. A abordagem envolve colaboração público-privada: o governo investe em infraestrutura em áreas carentes e trabalha com operadores para soluções de última milha. Um destaque foi o lançamento em novembro de 2023 no Cabo Oriental, onde quatro vilarejos rurais receberam banda larga pela primeira vez – mais de 500 casas conectadas e jovens da região treinados em TI para manter a rede gov.za gov.za. O SA Connect também foca na acessibilidade, aproveitando banda agregada e redes compartilhadas para reduzir custos. Com isso, algumas comunidades podem acessar internet ilimitada por R249/mês ou até mesmo por apenas R5 por GB gov.za, muito mais barato do que os preços de mercado usuais.
No campo regulatório, a ICASA (Autoridade Independente de Comunicações da África do Sul) tem atuado para viabilizar novos serviços. Em março de 2022, após anos de atraso, a ICASA realizou um leilão bem-sucedido de espectro de alta demanda (faixas de 700 MHz, 2,6 GHz, 3,5 GHz), crucial para a expansão do 4G e 5G. Essa liberação de espectro permitiu a rápida implantação do 5G por Vodacom e MTN em 2023–2024, e até mesmo possibilitou que um novo provedor (Rain) adquirisse frequências de banda baixa para maior cobertura mybroadband.co.za. A ICASA também monitora competição de mercado e qualidade dos serviços. Em 2023, ordenou que operadores melhorassem a resiliência das redes após episódios severos de load shedding (apagões rotativos) causarem quedas no sinal de celular – as operadoras investiram em fontes de energia de backup e, à medida que o load shedding diminuiu em 2024, puderam cortar em mais de 90% os gastos com geradores e baterias newsletter.en.creamermedia.com newsletter.en.creamermedia.com. O órgão publica relatórios anuais sobre o setor de TIC: o mais recente mostrou que a receita do setor de internet cresceu cerca de 12% em 2024, atingindo R232,7 bilhões newsletter.en.creamermedia.com newsletter.en.creamermedia.com, reflexo do boom no consumo de dados. O relatório também destacou as lacunas restantes na cobertura e a necessidade de investimentos contínuos, especialmente em áreas pouco atendidas newsletter.en.creamermedia.com newsletter.en.creamermedia.com.
Crucial para esse avanço, o governo está atualizando políticas para acomodar novas tecnologias e investidores. O projeto de política de maio de 2025 para permitir o investimento “equivalente em ações” para cumprimento de licenças (amplamente visto como um caminho para a entrada da Starlink) é um exemplo ecofinagency.com ecofinagency.com. Outro é a Comissão Presidencial da Quarta Revolução Industrial, que tem defendido a banda larga universal como base para inovação digital. Os reguladores da África do Sul também estão trabalhando para reduzir o custo de implantação de infraestrutura – por exemplo, agilizando as aprovações para a instalação de cabos de fibra ou construção de torres celulares em terrenos municipais. Além disso, a Agência de Serviço Universal e Acesso da África do Sul (USAASA) gerencia fundos para subsidiar serviços de telecomunicações em áreas pouco atendidas, embora sua eficácia já tenha sido questionada no passado.
Em resumo, os esforços do governo e da ICASA de 2023 a 2025 têm um único objetivo: reduzir a exclusão digital. Ao investir em conectividade rural, flexibilizar regulamentações restritivas (sem abandonar os ideais de transformação) e responsabilizar as operadoras pela qualidade e cobertura, estão movendo o país rumo ao acesso universal à internet. A tendência é positiva – os índices de penetração da internet e de infraestrutura digital da África do Sul estão todos em ascensão – mas será necessária vontade política contínua e políticas inteligentes para alcançar as comunidades mais isoladas e desfavorecidas.
Tendências 2023–2025: O Novo Normal da Internet Sul-Africana
O período de 2023 a 2025 foi crucial para o acesso à internet na África do Sul, marcado por crescimento acelerado e mudanças notáveis:
- Explosão na Adoção de Fibra Óptica: A banda larga de fibra tornou-se popular. As assinaturas anuais de fibra-para-casa cresceram 65% de 2023 para 2024 apenas newsletter.en.creamermedia.com. Operadoras rivais de rede de fibra (Openserve, Vumatel, Frogfoot, etc.) expandiram agressivamente nos subúrbios, cidades menores e até mesmo em alguns bairros periféricos. Essa febre da fibra está gradualmente corroendo a dominância da banda larga móvel nas áreas urbanas – muitas famílias estão trocando o plano móvel limitado por fibra sem limites. Mesmo o número total de assinantes banda larga fixa (fibra + DSL) finalmente voltou a crescer em 2024 após anos de estagnação mybroadband.co.za mybroadband.co.za. A tendência é clara: a fibra é o futuro do acesso fixo à internet, e o DSL logo será história (a Telkom pretende encerrar todas as centrais de cobre restantes até 2025).
- Redes Móveis vão para o 5G – e ampliam cobertura: 2023 viu o 5G sair do nicho para atingir quase metade da população. Após o aguardado leilão de espectro, Vodacom e MTN expandiram rapidamente a cobertura do 5G de menos de 10% das pessoas em 2020 para cerca de 50% até o final de 2024 newsletter.en.creamermedia.com mybroadband.co.za. Focaram nas grandes cidades, mas também instalaram sites 5G em bairros periféricos e polos rurais. Até 2025, mais da metade dos sul-africanos vive em áreas com sinal 5G mybroadband.co.za mybroadband.co.za, viabilizando banda larga residencial ultrarrápida via rede sem fio. No entanto, o ritmo de implantação desacelerou no início de 2025, pois os ganhos mais fáceis já haviam sido atingidos; agora, as operadoras são mais seletivas, levando o 5G onde há maior demanda ou necessidade de aliviar a congestão mybroadband.co.za mybroadband.co.za. Junto ao 5G, o LTE 4G chegou a uma cobertura populacional quase universal (~99%) newsletter.en.creamermedia.com. Notavelmente, MTN e Vodacom também começaram a realocar espectro 3G para 4G em algumas áreas, já que o uso do 3G diminuiu. Outra grande mudança: a Cell C, que havia parado no 4G, vai finalmente lançar 5G em 2025 mybroadband.co.za, e a Rain vai evoluir do 5G fixo para móvel, aumentando a concorrência.
- Reduzindo as Lacunas de Acesso (Lentamente): O fim da pandemia e os anos seguintes reacenderam os esforços para conectar os desconectados. Dados de censos e pesquisas confirmaram avanços significativos – em 2022, cerca de 79% dos sul-africanos tinham algum acesso à internet, contra 66% em 2018 gov.za freedomhouse.org. Esse ganho se deve, em grande parte, à expansão do 4G e à redução do preço dos smartphones. Ainda assim, restam cerca de 15 milhões de pessoas off-line (principalmente em comunidades rurais e mais pobres) datareportal.com datareportal.com. A partir de 2023, tanto o governo (com o SA Connect Fase 2) quanto o setor privado demonstraram senso de urgência para chegar ao campo. Por exemplo, a Vodacom anunciou investimentos específicos para estações-base rurais e está usando torres movidas a energia solar para ampliar coberturas de forma sustentável. A MTN relatou ter dobrado o tráfego 5G em um ano à medida que mais usuários adquirem dispositivos 5G, indicando adoção crescente mesmo fora dos círculos mais elitizados mybroadband.co.za. A tendência é que a divisão digital esteja lentamente se estreitando, com uso crescente da internet móvel rural e mais redes comunitárias online, mas ainda é um desafio para 2025 e além.
- Internet se Torna (Um Pouco) Mais Acessível: O preço médio dos dados por GB caiu graças à concorrência e à pressão regulatória. Em 2023, os planos ilimitados de 4G/5G da Rain e as ofertas de LTE fixo da Telkom forçaram as grandes operadoras a lançar seus próprios pacotes “ilimitados” de banda larga sem fio. Vodacom e MTN agora oferecem planos de internet residencial 5G com franquias de dados grandes ou ilimitadas para competir; cinco anos atrás, dados móveis ilimitados eram quase impossíveis. O custo do acesso básico à banda larga (em relação à renda) melhorou a ponto de a África do Sul cumprir a meta de acessibilidade do Comitê de Banda Larga da ONU (≤2% da renda mensal para 1,5 GB de dados móveis), conforme avaliações recentes datahub.itu.int. Porém, a desigualdade de renda faz com que muitos lares ainda considerem o preço alto. Um ponto positivo é a proliferação de opções gratuitas ou subsidiadas: em 2025 há milhares de pontos Wi-Fi gratuitos patrocinados pelo governo, e as operadoras móveis oferecem acesso gratuito (“zero rating”) a mais conteúdos (como portais de emprego e educação) para uso sem cobrança de dados. O efeito líquido é gradual: o acesso à internet está avançando para ser considerado um serviço básico, não um luxo, para o sul-africano comum.
- Desafios: Apagões e Vandalismo: Uma tendência peculiar na África do Sul é como os problemas infraestruturais mais amplos afetam o acesso à internet. Os apagões elétricos recorrentes (load shedding) de 2022–2023 impactaram bastante a conectividade – torres de celular ficaram fora do ar quando as baterias reserva acabavam, e os roteadores residenciais paravam sem energia. No final de 2024, a situação melhorou à medida que os intervalos dos apagões foram reduzidos, dando alívio ao setor de telecomunicações newsletter.en.creamermedia.com newsletter.en.creamermedia.com. As operadoras investiram em baterias de maior capacidade, geradores e até mesmo soluções renováveis para manter as redes em funcionamento. Segundo a ICASA, as teles gastaram mais de R3,5 bilhões em energia reserva em 2023; em 2024, com a redução dos apagões, esse valor caiu para apenas R385 milhões newsletter.en.creamermedia.com newsletter.en.creamermedia.com. Outro desafio é o roubo de cabos e vandalismo de infraestrutura, com prejuízo de pelo menos R283 milhões em 2024 newsletter.en.creamermedia.com. Com a redução das redes de cobre, o roubo desse material caiu, mas cabos de fibra e equipamentos de torres viraram alvo. Essas questões atrasam um pouco as expansões e aumentam custos operacionais. Ainda assim, a tendência é por soluções: mais segurança, policiamento comunitário da infraestrutura e a migração para a fibra e redes sem fio (com menor valor de revenda) estão mitigando progressivamente o problema.
Em conclusão, o período de 2023 a 2025 foi marcado por crescimento dinâmico e avanços no acesso à internet na África do Sul. O país vive uma revolução digital – a fibra chega a bairros antes desconectados, o 5G traz velocidades de nova geração e até satélites estão prontos para levar conectividade a lugares de difícil acesso. A “verdade chocante”, se existe, é que a conectividade sul-africana está longe de estagnada – está acelerando rapidamente. Desafios como preço e acesso no campo estão sendo enfrentados com inovação e políticas públicas. Com governo, setor privado e novas tecnologias agindo juntos, a África do Sul deve fechar dramaticamente a divisão digital e garantir que, de Sandton a uma aldeia remota do Limpopo, todos possam acessar a internet e fazer parte da era digital. A revolução é real e está transformando vidas – para muitos, a internet em 2025 não é só mais rápida, mas finalmente está ao alcance.
Fontes:
- Relatório ICASA “State of ICT Sector” (dados de 2024) – aumento da fibra para 2,7 milhões de assinaturas, queda do DSL para 241 mil, 116 milhões de SIMs móveis, cobertura 5G em ~46% newsletter.en.creamermedia.com newsletter.en.creamermedia.com.
- MyBroadband sobre a eliminação do DSL pela Telkom – assinantes DSL da Telkom caíram para menos de 36 mil em dez/2024 (eram 77 mil no ano anterior), enquanto conexões de fibra subiram a 667 mil (1,34 M de casas passadas) mybroadband.co.za mybroadband.co.za.
- DataReportal Digital 2024 África do Sul – penetração da internet ~74,7% (45,3 M usuários), 118,6 M conexões móveis (195% da população), velocidade móvel mediana ~49,7 Mbps datareportal.com datareportal.com.
- Freedom House “Freedom on the Net 2024: South Africa” – 75% dos lares têm algum acesso à internet (incluindo móvel), 69,6% dos usuários dependem do celular, só 13% dos domicílios têm internet fixa, velocidades medianas móvel vs fixa freedomhouse.org freedomhouse.org.
- Ecofin Agency (junho de 2025) sobre o fosso digital da África – cita uso urbano vs rural da internet (57% vs 23% on-line em 2024) destacando o abismo urbano-rural da África do Sul ecofinagency.com ecofinagency.com.
- Briefing do governo SA Connect (março de 2024) – planos para conectar 80% dos domicílios em 3 anos, metas para a Fase 2 (5,5 M domicílios, 32 mil hotspots Wi-Fi, milhares de escolas, clínicas até 2026), dados realizados (79% do país tinha acesso à internet em 2022) gov.za gov.za.
- MyBroadband (junho de 2025) “5G slowdown in SA” – cobertura populacional 5G da Vodacom 51,7% (mar/2025), MTN 45%, ritmo de implantação e valores de investimento, abordagens da Rain e Telkom para 5G mybroadband.co.za mybroadband.co.za.
- Cleantechnica (maio de 2025) sobre Starlink na África – exemplo do Zimbábue: Starlink impulsionou salto de 514% em assinantes de internet via satélite no 4º tri/2024, ~20 mil usuários em 3 meses, preço Starlink US$ 30–50 vs fibra local US$ 100+ cleantechnica.com cleantechnica.com.
- Ecofin Agency (maio de 2025) – política provisória da África do Sul para permitir entrada da Starlink por alternativas de investimento ao invés de 30% de quota BEE, declarações do ministro Solly Malatsi, status da Starlink “indefinido” na África do Sul até regularização da licença ecofinagency.com ecofinagency.com.
- Connecting Africa (maio de 2025) – posição da ICASA sobre uso ilegal do Starlink, investigação sobre Starlink sem licença, lista de países africanos onde está ativo, confirmação de que a Starlink precisa de licença para operar na África do Sul connectingafrica.com connectingafrica.com.
- Dados de acessibilidade ITU/ONU – cestas de preço de TIC da África do Sul (2022–24): banda larga fixa ~3,3% da RNB per capita, dados móveis ~1,6% para 1,5 GB, indicando melhor acessibilidade que a média africana datahub.itu.int.
- Informações sobre o produto Rain 5G – pacotes ilimitados 5G da Rain e preços (R649 para 30 Mbps, R1095 para velocidade sem limites + SIMs para celular) rain.co.za gadget.co.za.