15 de julho de 2025: O próximo fronteira da IA – Avanços em geração, marcos robóticos e mudanças nas políticas globais

Modelos e Tecnologias de IA Generativa

Grandes avanços em IA generativa continuam a surgir. A OpenAI adiou o lançamento de seu primeiro modelo de pesos abertos – inicialmente esperado para este verão – para permitir verificações de segurança mais extensas. O CEO Sam Altman disse que eles “precisam de tempo para realizar testes de segurança adicionais e revisar áreas de alto risco”, ressaltando que “uma vez que os pesos são divulgados, não podem ser retirados” techcrunch.com techcrunch.com. Esta pausa ocorre enquanto cresce a expectativa pelo próximo modelo carro-chefe da OpenAI, o GPT-5, esperado para mais tarde este ano techcrunch.com. Enquanto isso, o cenário de código aberto está esquentando: a startup chinesa Moonshot AI apresentou o Kimi K2, um modelo com um trilhão de parâmetros que, segundo relatos, supera o GPT-4.1 da OpenAI em diversos benchmarks de programação techcrunch.com – um sinal da crescente competição global na pesquisa em IA.

As gigantes da tecnologia estão impulsionando a tecnologia generativa para novos domínios. No Google I/O 2025, o Google anunciou grandes atualizações para suas ferramentas de geração de imagens e vídeos. Foi lançado o Imagen 4, um modelo de texto para imagem mais avançado que lida melhor com textos e oferece proporções flexíveis, e o Veo 3, um gerador de vídeo por IA de próxima geração capaz de produzir vídeos com som theverge.com theverge.com. O Google também lançou o “Flow”, um aplicativo de criação cinematográfica por IA que usa o Imagen, o Veo e sua IA Gemini para criar pequenos vídeos a partir de comandos de texto ou imagem theverge.com. O modelo Gemini 2.5 da empresa ganhou um modo de “raciocínio aprimorado” chamado Deep Think para consultas complexas de matemática e programação – ele considera múltiplas hipóteses antes de responder theverge.com. O Google está agora integrando o Gemini em todo o seu ecossistema: um novo Modo IA na Busca permite que os usuários consultem o chatbot Gemini em pesquisas na web theverge.com, e assistentes de IA Gemini “personalizáveis” estão aparecendo no navegador Chrome do Google e nos aplicativos do Workspace theverge.com theverge.com.

Outros players estão expandindo o alcance da IA generativa. O chatbot Claude da Anthropic, por exemplo, agora está integrado à plataforma de design Canva, permitindo gerar e editar designs visuais por meio de linguagem natural theverge.com. ElevenLabs e outros estão se destacando na geração de voz por IA, apontando para um futuro em que a fala sintética e a dublagem serão indistinguíveis das vozes humanas (como discutido na RAAIS 2025) press.airstreet.com press.airstreet.com. Até mesmo a xAI de Elon Musk – que recentemente enfrentou controvérsias – está iterando em seu chatbot Grok. Musk afirma que um novo modelo Grok 4 está iminente, e ele está integrando o Grok nos veículos Tesla como assistente de IA embarcado theverge.com. (A demonstração ao vivo do Grok 4 feita por Musk nesta semana se transformou em uma discussão divagante sobre se a IA será “ruim ou boa para a humanidade” theverge.com.) Apesar desse drama, o boom da IA generativa não dá sinais de desaceleração, com modelos cada vez mais poderosos e aplicações criativas surgindo mensalmente.

Robótica e Sistemas Autônomos

Avanços em robótica e autonomia estão trazendo o progresso da IA para o mundo físico. Este mês, a Amazon celebrou a implantação de seu milionésimo robô de armazém, consolidando seu status como a maior operadora mundial de robôs móveis industriais aboutamazon.com. Para coordenar essa frota massiva, a Amazon desenvolveu um novo modelo fundacional de IA generativa chamado DeepFleet. O sistema funciona como um controlador de tráfego inteligente para robôs, melhorando a eficiência dos deslocamentos da frota em 10% e acelerando as entregas de pedidos aboutamazon.com aboutamazon.com. O DeepFleet usa os vastos dados de armazém da Amazon e aprende continuamente as rotas ideais, efetivamente “reduzindo a congestão” entre os robôs, assim como um sistema de cidade inteligente faria com os carros aboutamazon.com. Essa atualização logística impulsionada por IA destaca como a autonomia está otimizando operações do mundo real.

Robôs humanóides alcançaram um marco na manufatura. A Boston Dynamics – conhecida por seus robôs Atlas e Spot – anunciou que seu avançado humanóide Atlas começará operações de teste em linhas de produção automotiva. Ainda este ano, o Atlas deve iniciar o trabalho nas fábricas da Hyundai nos EUA, marcando uma das primeiras integrações de um robô bípedo na produção em massa reuters.com. O projeto piloto visa ver o Atlas realizando tarefas como manuseio de materiais e busca de ferramentas em uma fábrica de automóveis. A Boston Dynamics (de propriedade da Hyundai) destacou isso como um passo significativo em direção ao uso de robôs para enfrentar a escassez de mão de obra qualificada nas fábricas. Isso também evidencia o rápido progresso em destreza e segurança robótica necessário para permitir que humanóides colaborem com trabalhadores humanos.

Os veículos autônomos também atingiram um novo marco. Tesla lançou discretamente um serviço limitado de robotáxis em Austin, Texas – o primeiro lançamento da empresa de carros oferecendo viagens com nenhum motorista humano a bordo. Cerca de uma dúzia de veículos Tesla Model Y, rodando com o mais recente software Full Self-Driving da Tesla, começaram a transportar passageiros selecionados nesta última semana reuters.com reuters.com. Os passageiros sentam-se no banco dianteiro (como “monitores de segurança”), mas os carros dirigem sozinhos por um circuito urbano definido. O CEO Elon Musk celebrou o lançamento como “o ápice de uma década de trabalho árduo”, observando que a Tesla construiu seus próprios chips e software de IA totalmente internamente para alcançar esse momento reuters.com. As viagens foram oferecidas por uma tarifa fixa de US$ 4,20 durante o teste reuters.com. Embora o piloto tenha sido bem-sucedido, especialistas alertam que é apenas um passo inicial. “Um teste bem-sucedido em Austin seria o fim do começo – não o começo do fim,” disse o professor da Carnegie Mellon Philip Koopman, enfatizando que a verdadeira expansão dos robotáxis ainda pode levar anos ou décadas reuters.com. Mesmo assim, o experimento da Tesla – juntamente com Waymo e Cruise expandindo seus serviços de robo-táxis – sinaliza que entramos na era das corridas sem motorista. Os reguladores estão se adaptando: à medida que o lançamento da Tesla se aproximava, o Texas aprovou uma lei exigindo permissões para serviços de veículos autônomos (válida a partir de 1º de setembro) para garantir a supervisão de segurança reuters.com.

Robôs também estão se proliferando além das estradas e fábricas. Na área de defesa, o Exército dos EUA está avançando na pesquisa sobre a colaboração entre humanos e máquinas e veículos de combate autônomos army.mil. E na tecnologia de consumo, assistentes robóticos continuam sendo um tema em alta – desde drones impulsionados por IA até robôs assistentes domésticos. A interseção entre IA e robótica está gerando criações inovadoras: pesquisadores do MIT, por exemplo, usaram algoritmos de IA para projetar novos planadores submarinos autônomos para exploração oceânica news.mit.edu. Com “cérebros” mais inteligentes e hardware aprimorado, os robôs em 2025 estão mais capazes do que nunca – trabalhando lado a lado com pessoas, navegando em situações imprevisíveis e gradualmente passando dos laboratórios de pesquisa para a vida cotidiana.

Regulação de IA e Política Global

Nos Estados Unidos, o governo federal está investindo recursos em IA e buscando simplificar a regulamentação.

O presidente Donald Trump recebeu na terça-feira líderes dos setores de tecnologia e energia em uma cúpula em Pittsburgh focada em “impulsionar” o crescimento da IA reuters.com.Flanqueado por CEOs da Meta, Microsoft, Google, ExxonMobil e outros, Trump anunciou cerca de US$ 90 bilhões em novos investimentos para projetos de inteligência artificial e energia limpa na Pensilvânia reuters.com reuters.com.“Este é realmente um dia de triunfo… estamos fazendo coisas que ninguém jamais pensou serem possíveis,” disse Trump sobre o avanço da IA reuters.com.A Casa Branca está preparando uma série de decretos executivos para apoiar a expansão da IA – incluindo medidas para facilitar a construção de centros de dados e conectá-los à rede elétrica reuters.com.Uma ideia em consideração é abrir terras federais para projetos de centros de dados de IA reuters.com.Outra é acelerar as conexões à rede para novas usinas de energia dedicadas a servidores de IA com grande demanda de energia reuters.com.O governo está até considerando permissões nacionais especiais para simplificar a construção de data centers, contornando o habitual emaranhado de permissões estaduais reuters.com.Essas medidas acontecem enquanto a demanda por energia dos data centers de IA está atingindo níveis recordes nos EUA, levantando preocupações sobre possíveis faltas de eletricidade reuters.com reuters.com.Ao eliminar obstáculos regulatórios, as autoridades esperam acelerar projetos de infraestrutura de IA – e manter os EUA.à frente na “corrida armamentista” global de IA com a China reuters.com.

Governos em todo o mundo estão correndo para estabelecer regras para a rápida expansão da IA. Na Europa, a Lei de IA da UE – a primeira lei abrangente de IA do mundo – está passando da aprovação para a implementação. A partir de fevereiro de 2025, a proibição da Lei sobre sistemas de IA que representam “risco inaceitável” entrou em vigor europarl.europa.eu. Isso proíbe usos como pontuação social ou vigilância biométrica em tempo real em espaços públicos europarl.europa.eu. A lei também impõe novos requisitos de transparência para a IA generativa. Provedores de grandes modelos de IA como o ChatGPT devem divulgar conteúdo gerado por IA e publicar resumos dos dados de treinamento protegidos por direitos autorais europarl.europa.eu. E qualquer imagem, áudio ou vídeo gerado por IA (por exemplo, deepfakes) deve ser claramente rotulado como tal europarl.europa.eu. Sistemas de IA de alto risco (por exemplo, em saúde, educação ou aplicação da lei) exigirão auditorias e supervisão antes da implantação europarl.europa.eu europarl.europa.eu. A UE está implementando essas regras gradualmente nos próximos dois anos, dando tempo para que as indústrias se adaptem europarl.europa.eu. Com essa Lei, a UE busca equilibrar inovação com uma “IA centrada no ser humano e confiável” – potencialmente criando um modelo para outros países whitecase.com.

No palco global, a coordenação sobre políticas de IA está gradualmente tomando forma.

Líderes do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA) colocaram a IA na pauta da sua cúpula no mês passado em Kananaskis, Canadá.A reunião produziu uma “Declaração dos Líderes sobre IA para a Prosperidade” que enquadrou a IA principalmente como uma oportunidade econômica rand.org.As nações do G7 lançaram o GovAI Grand Challenge para estimular o uso da IA em serviços governamentais e concordaram com um roteiro de adoção de IA para pequenas e médias empresas rand.org.Também foi anunciada uma parceria Canadá–Reino Unido para colaborar em pesquisas sobre segurança em IA (incluindo um Memorando de Entendimento com a empresa canadense de IA Cohere) rand.org.Notavelmente, o tom no G7 enfatizou crescimento, “prosperidade” e competitividade tecnológica em vez de novas regulamentações de IA rand.org.Isso reflete uma mudança: após um ano de intenso foco na segurança da IA (com iniciativas como a Declaração de Bletchley Park do Reino Unido sobre riscos de IA e as salvaguardas voluntárias da indústria elaboradas por meio do Processo de Hiroshima sobre IA da OCDE), o pêndulo está oscilando de volta para incentivar a inovação rand.org rand.org.Ainda assim, preocupações sobre a IA de fronteira foram levantadas nos bastidores.A UIT das Nações Unidas sediou a Cúpula Global de IA para o Bem em Genebra (8 a 11 de julho), onde estudiosos de ética como Abeba Birhane destacaram questões de viés e censura nas atuais implementações de IA thebulletin.org.E neste outono, as Nações Unidas irão convocar seu Fórum Global de Governança de IA inaugural, com o objetivo de reunir diplomatas, pesquisadores e a indústria para discutir limites para a IA em guerras, ética e desenvolvimento unidir.org.Em resumo, a segunda metade de 2025 está prestes a apresentar uma mistura de ambição e ansiedade em relação à IA nos círculos políticos – com grandes investimentos para impulsionar o crescimento da IA, acompanhados por esforços iniciais para controlar seus riscos.

No nível estadual nos EUA, 2025 viu uma explosão de leis relacionadas à IA. Todos os 50 estados apresentaram projetos de lei sobre IA neste ano, e 28 estados (além de D.C. e territórios) já promulgaram mais de 75 novas medidas sobre IA ncsl.org. Essas leis abrangem uma variedade de questões: o Arkansas aprovou regras esclarecendo quem é o proprietário do conteúdo gerado por IA (atribuindo a propriedade intelectual à pessoa ou empresa que criou o input da IA) ncsl.org. Montana promulgou uma lei de “Direito de Computar” para proteger o uso da IA em infraestruturas críticas, além de exigir avaliações de risco para IA que controle itens como redes elétricas ncsl.org. Dakota do Norte proibiu o uso de robôs movidos por IA para assediar ou perseguir pessoas, atualizando suas leis criminais ncsl.org. E Nova York agora exige que agências estaduais façam inventário público de todos os sistemas de IA que utilizam – buscando transparência nas decisões algorítmicas que afetam os cidadãos ncsl.org. Essa série de legislações estaduais ressalta a preocupação bipartidária com o impacto social da IA, desde deepfakes em eleições até viés em ferramentas de contratação. Legisladores americanos também discutem um possível órgão federal de supervisão de IA e novos financiamentos para pesquisas de segurança em IA, mas esses esforços ainda estão em fases iniciais.

Principais Anúncios Corporativos e Movimentos de Negócios em IA

O cenário corporativo em IA é extremamente dinâmico, com gigantes da tecnologia e startups disputando a liderança:

• Investida em Supercomputação da Meta: O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, revelou que sua empresa está construindo vários clusters de supercomputação em IA de grande porte para treinar futuros modelos de “superinteligência” artificial. “Estamos chamando o primeiro de Prometheus e ele entrará em operação em 2026,” escreveu Zuckerberg, acrescentando que a Meta também está construindo um segundo cluster, o Hyperion, que alcançará até 5 GW (gigawatts) de potência ao longo do tempo theverge.com. Esses números impressionantes destacam a escala das ambições da Meta em IA. Uma análise recente sugere que a Meta teve tropeços em algumas áreas de pesquisa de IA no ano passado, mas os novos investimentos em capacidade computacional podem ajudá-la a recuperar o atraso theverge.com. Ao investir bilhões em silício personalizado, data centers e talentos (a Meta até mesmo contratou os principais pesquisadores de IA de concorrentes como Apple e OpenAI theverge.com theverge.com), Zuckerberg está apostando alto que um poder computacional sem precedentes resultará em capacidades inovadoras de IA.
• Consolidação do Poder na Nuvem: A corrida por infraestrutura de IA levou a uma grande fusão. O “hiperescalador” de IA CoreWeave – um provedor de nuvem de rápido crescimento especializado em hospedagem de GPUs – anunciou planos para adquirir a Core Scientific por US$ 9 bilhões theverge.com. A Core Scientific é uma grande operadora de data centers (originalmente conhecida pela mineração de criptomoedas) que recentemente passou a fornecer poder computacional para IA. A CoreWeave, que já garantiu contratos multibilionários na nuvem com a OpenAI e Microsoft theverge.com, disse que o acordo irá “aumentar a eficiência operacional e reduzir riscos em nossa futura expansão” theverge.com. A aquisição totalmente em ações dará à CoreWeave o controle das instalações da Core Scientific em vários estados theverge.com, expandindo instantaneamente a capacidade para cargas de trabalho de IA. Isso reflete como o boom da IA está remodelando a indústria de data centers por meio de consolidações – e como novas empresas de nuvem correm para atender à crescente demanda dos desenvolvedores de modelos.
• Fabricantes de chips entram na disputa: Empresas estabelecidas de semicondutores estão lançando novos produtos para atender às vorazes necessidades de computação da IA. No mesmo dia da cúpula de Pittsburgh, a Broadcom revelou seu chip de rede Tomahawk Ultra, voltado diretamente para data centers de IA reuters.com reuters.com. O chip atua como um controlador de tráfego ultrarrápido, conectando centenas de processadores de IA dentro de racks de servidores. Ram Velaga, da Broadcom, disse que o Tomahawk Ultra pode conectar quatro vezes mais GPUs do que o chip de rede atual da Nvidia, e utiliza um protocolo baseado em Ethernet em vez do sistema proprietário da Nvidia reuters.com. O objetivo é ajudar as empresas a construir “superclusters de IA” ainda maiores com peças disponíveis no mercado, desafiando o domínio da Nvidia para além das GPUs. A TSMC de Taiwan irá fabricar os novos chips Broadcom com um avançado processo de 5nm reuters.com. Isso acontece enquanto a Nvidia – cuja ação disparou com a demanda por chips de IA – enfrenta uma concorrência crescente em diversas frentes: os TPUs próprios do Google, os mais recentes aceleradores MI300 da AMD e agora silício para redes de empresas como a Broadcom (sem falar nos planos da Intel para silício otimizado para IA). A batalha pelo mercado de hardware de IA está realmente começando, prometendo chips mais rápidos e eficientes para treinar a próxima geração de modelos.
• Gastos das Big Techs em Infraestrutura de IA: O nível de investimento em computação e energia para IA foi evidenciado por vários anúncios. O Google confirmou um acordo para garantir até 3 GW de energia livre de carbono (principalmente hidrelétrica) para seus data centers nos EUA, em parceria com a Brookfield Renewable para abastecer seus futuros supercomputadores de IA no Centro-Oeste reuters.com reuters.com. A Blackstone, maior gestora de private equity do mundo, afirmou que vai investir US$ 25 bilhões na construção de novos data centers e usinas a gás natural na Pensilvânia para suportar o crescimento da IA e da nuvem reuters.com reuters.com. E a Oracle teria expandido sua parceria com a OpenAI pelo projeto “Stargate”, ao concordar em fornecer uma capacidade adicional de 4,5 GW em data centers na nuvem nos EUA para uso exclusivo da OpenAI theverge.com. (Para contextualizar, 4,5 GW equivalem à instalação de vários grandes parques de servidores dedicados apenas ao treinamento e execução de modelos de IA). Esses números surpreendentes ilustram o boom de infraestrutura impulsionado pela IA: construção de data centers, acordos de fornecimento de energia e fabricação de chips estão todos crescendo para atender às necessidades da IA.
• Lançamentos de Produtos e Parcerias: No âmbito de produtos, as empresas estão incorporando recursos de IA em serviços de uso geral. Microsoft começou a testar novos recursos do Copilot Plus no Windows que usam IA para tarefas como descrever imagens na sua tela e gerar texto alternativo automaticamente theverge.com. O YouTube anunciou planos para desmonetizar conteúdos “gerados por IA e considerados spam”, esclarecendo as regras para desencorajar vídeos de spam de IA com pouco esforço theverge.com. Google, além dos anúncios no I/O, expandiu seu assistente Gemini AI para ofertas empresariais e até apresentou uma prévia dos óculos AR baseados em Android (com a Xreal) que integram o Gemini para sobreposição de informações em tempo real theverge.com theverge.com. E em um destaque notável, a xAI (startup de IA de Elon Musk) garantiu um contrato com o Departamento de Defesa juntamente com OpenAI, Anthropic e Google para fornecer serviços de IA ao governo dos EUA theverge.com. O Escritório Chefe de Digital e IA do Pentágono concedeu à xAI até 200 milhões de dólares, mesmo enquanto o chatbot Grok de Musk acabara de passar por uma crise de relações públicas (mais sobre isso abaixo) theverge.com theverge.com. O contrato inclui o lançamento de uma plataforma “Grok for Government” para modelos de IA seguros e customizados para usos de segurança nacional theverge.com. Todos esses desenvolvimentos mostram como cada setor importante – das redes sociais à defesa – está sendo tocado pela IA, e empresas grandes e pequenas estão correndo para conquistar seu espaço.
• Ética e Batalhas Legais em IA: O rápido avanço da IA também levou a disputas legais e éticas. Na Europa, um grupo de editoras entrou com uma queixa antitruste contra o Google, argumentando que os novos resumos de busca gerados por IA do Google (“AI Overviews”) copiam injustamente seu conteúdo e os forçam a um dilema: permitir que seus artigos treinem a IA do Google ou serem rebaixados nos resultados de busca theverge.com. Eles estão pressionando reguladores da UE a intervirem com medidas provisórias theverge.com. Enquanto isso, nos EUA, a OpenAI concluiu seu acordo de destaque para adquirir a Global Illumination (fabricante do hardware do chatbot io, cofundada por Jony Ive) para projetar dispositivos de consumo com IA em primeiro lugar — mas imediatamente enfrentou um processo por segredo comercial relacionado à aquisição theverge.com theverge.com. E em um caso curioso, a xAI foi flagrada operando um data center movido a gás sem permissão no Tennessee para alimentar seus servidores de IA; após pressão local, a empresa de Musk obteve uma licença retroativa para 15 geradores a gás natural, embora imagens de satélite indiquem que havia 24 geradores no local theverge.com theverge.com. Grupos ambientalistas continuam preocupados com as emissões e o precedente de uma empresa de IA “avançando rápido e quebrando” regras ambientais. Esses incidentes destacam que, à medida que as empresas de IA crescem, elas enfrentam desafios reais de responsabilidade e questões legais.

Pesquisas e Avanços Acadêmicos

A pesquisa acadêmica em IA está florescendo junto com o progresso da indústria, frequentemente fornecendo as próximas ideias que as empresas irão utilizar. No último mês, pesquisadores anunciaram avanços notáveis em múltiplos campos:

• Melhorando o raciocínio da IA: Uma equipe de pesquisadores (incluindo cientistas do MIT) desenvolveu um novo método para tornar grandes modelos de linguagem (LLMs) melhores em tarefas de raciocínio complexo. Treinando os modelos para serem mais adaptáveis e para dividir problemas em subtarefas, eles mostraram avanços significativos em planejamento estratégico e otimização de processos news.mit.edu. Isso pode ajudar sistemas de IA a enfrentar desafios como agendamento, demonstração de teoremas ou gestão de cadeias de suprimentos que exigem raciocínio em várias etapas — áreas em que os LLMs atuais ainda têm dificuldades.
• IA na Medicina de Precisão: No Laboratório de Ciência da Computação e IA do MIT (CSAIL), cientistas apresentaram o CellLENS, um sistema de IA capaz de identificar subtipos ocultos de células em imagens microscópicas de tecidos news.mit.edu. Isso ajuda a revelar padrões sutis no comportamento das células individuais em tumores ou órgãos, aumentando nossa compreensão sobre a heterogeneidade celular. A pesquisa, publicada em 11 de julho, mostra potencial para imunoterapia contra o câncer: ao identificar subpopulações raras de células que afetam a resposta de um tumor ao tratamento, a IA pode orientar terapias mais precisas e personalizadas news.mit.edu news.mit.edu.
• Robôs Subaquáticos Autônomos: No campo da robótica, pesquisadores do MIT criaram uma linha de produção de projetos movida por IA para novos planadores subaquáticos – pequenos veículos autônomos que “planam” pelo oceano para coletar dados. A IA otimiza o formato e a trajetória do planador usando modelos hidrodinâmicos, resultando em novos veículos do tamanho de pranchas de bodyboard com designs únicos que a intuição da engenharia tradicional não havia concebido news.mit.edu news.mit.edu. Esses planadores podem percorrer longas distâncias de forma eficiente aproveitando variações de flutuabilidade, e podem ajudar cientistas a monitorar ecossistemas marinhos ou métricas climáticas com mais eficácia.
• IA para Ciência de Materiais: Um relatório de 4 de julho de uma equipe do MIT demonstrou um sistema robótico que pode medir e analisar rapidamente novas amostras de materiais news.mit.edu. A sonda robótica utiliza IA para decidir, em tempo real, como ajustar os parâmetros experimentais, acelerando significativamente a caracterização de materiais semicondutores inovadores. Esse tipo de assistente de laboratório automatizado pode impulsionar descobertas em células solares, baterias e outros materiais ao eliminar o processo lento de tentativa e erro humano – um exemplo de IA ampliando a experimentação científica.
• O “Dilema” da IA & Energia: Pesquisadores também estão examinando a própria pegada ambiental da IA e seu potencial. Um simpósio anual da Iniciativa de Energia do MIT debateu a IA como ao mesmo tempo um problema e uma solução para a crise climática news.mit.edu. Por um lado, o treinamento de IA é intensivo em energia – um único modelo grande pode consumir tanta energia quanto várias centenas de residências ao longo de seu ciclo de vida. Por outro lado, a IA pode melhorar drasticamente a otimização da rede, a modelagem climática e a descoberta de tecnologias de energia limpa. O consenso foi de que são necessários esforços interdisciplinares para garantir que a pegada de carbono da IA seja mitigada mesmo enquanto seu potencial é explorado para a sustentabilidade news.mit.edu. Uma ideia interessante é usar IA para projetar chips e algoritmos de IA mais eficientes (um tipo de ciclo de autoaperfeiçoamento da IA para reduzir o consumo de energia).

Nos círculos acadêmicos, também há um foco crescente em segurança, alinhamento e ética da IA como disciplinas legítimas de pesquisa. Conferências sobre alinhamento de IA (assegurar que os objetivos dos sistemas de IA estejam alinhados com os valores humanos) têm atraído não apenas filósofos, mas também cientistas da computação propondo abordagens técnicas. Este ano viu estudos sobre redes neurais mais interpretáveis, sobre técnicas para evitar “alucinações” de modelos de IA e sobre a avaliação do senso comum da IA. E, notavelmente, o prestigiado Prêmio Turing (o “Nobel da Computação”) foi concedido em março a Yoshua Bengio, Geoffrey Hinton e Yann LeCun por seu trabalho pioneiro em deep learning – um reconhecimento de que as ideias fundadoras do campo realmente mudaram o mundo. Agora, uma nova geração de pesquisadores está construindo sobre esse legado para enfrentar os difíceis problemas ainda não resolvidos, à medida que os sistemas de IA se tornam cada vez mais poderosos.

Comentários Notáveis e Perspectivas de Especialistas

Em meio à febre de desenvolvimento da IA, vozes líderes em tecnologia e ciência estão oferecendo comentários contundentes – algumas otimistas, outras cautelosas – sobre para onde estamos indo:

• Avisos sobre Riscos Existenciais: Geoffrey Hinton, frequentemente chamado de “Padrinho da IA”, fez alguns dos alertas mais contundentes. Após deixar o Google para poder falar livremente, Hinton disse à Reuters que a IA superinteligente pode representar uma ameaça “mais urgente” para a humanidade do que as mudanças climáticas – um risco que ele acredita poder se materializar em algumas décadas reuters.com reuters.com. “Eu não gostaria de dizer para não se preocupar com as mudanças climáticas… mas acho que [a IA] pode acabar sendo mais urgente,” disse Hinton, observando que não há uma maneira óbvia de “simplesmente parar” uma IA descontrolada da mesma forma que podemos cortar as emissões de carbono reuters.com reuters.com. Ele assinou a carta de destaque que pede uma pausa em experimentos de IA de grande escala, embora reconheça que uma moratória pode ser “totalmente irrealista” e, em vez disso, defenda pesquisas intensivas agora sobre técnicas de segurança em IA reuters.com reuters.com. O também vencedor do Prêmio Turing Yoshua Bengio e outros têm reforçado que mitigar os riscos de extinção associados à IA deve ser uma prioridade global, equivalente à prevenção de uma guerra nuclear linkedin.com medium.com. Esses alertas motivaram propostas de alguns legisladores para supervisão internacional – por exemplo, um grupo de parlamentares da UE pediu uma cúpula global sobre o futuro da IA, e a ONU sugeriu a ideia de um órgão regulador de IA semelhante à agência nuclear IAEA reuters.com.
• Vozes de Otimismo e Pragmatismo: Nem todos na comunidade de IA estão focados em cenários apocalípticos. Especialistas como Andrew Ng argumentam que os riscos atuais da IA são mais imediatos – de algoritmos tendenciosos à substituição de empregos – e precisam de soluções práticas em vez de hipóteses. Ng recentemente comparou o medo da IA à “superpopulação em Marte”, incentivando as empresas a melhorarem a transparência e a justiça dos modelos ao invés de entrarem em pânico com uma superinteligência descontrolada (uma postura compartilhada por Yann LeCun, da Meta). Outros pesquisadores defendem o potencial positivo da IA: “A IA fará um bem enorme,” disse o próprio Hinton, desde educação personalizada até avanços médicos fortune.com. A tensão entre abraçar os benefícios da IA e conter seus perigos é um tema central nos debates de especialistas. Fei-Fei Li, uma das principais pesquisadoras de IA, frequentemente destaca a necessidade de vozes diversas e design centrado no ser humano na IA, para que essas tecnologias “aumentem e não substituam” as pessoas. E muitos apontam que a IA é uma ferramenta – se orientada corretamente, pode ajudar a resolver questões urgentes como descoberta de medicamentos ou adaptação climática muito mais rápido do que antes.
• Líderes da Indústria se Manifestam: CEOs de tecnologia também estão assumindo o papel de estadistas na era da IA. Satya Nadella, da Microsoft, recentemente observou que a IA está em um ponto de inflexão como o “momento da prensa de Gutenberg” e enfatizou “guardrails, not brakes” (“trilhos de proteção, não freios”) – argumentando que o desenvolvimento responsável, e não uma pausa, é o caminho a seguir. Sam Altman, da OpenAI, após uma turnê mundial encontrando reguladores, reconheceu a necessidade de alguma regulação (chegando a propor um regime internacional de licenças para os modelos mais poderosos), mas também alertou contra excessos que possam sufocar a inovação. Quando a OpenAI decidiu adiar o lançamento de seu modelo open-source, Altman explicou de forma clara que era porque “uma vez open-source, não dá para voltar atrás”, ressaltando o peso dessa decisão techcrunch.com techcrunch.com. Dario Amodei, da Anthropic, destacou a importância da pesquisa de alinhamento de IA, observando que sua empresa está testando formas de fazer a IA explicar seu raciocínio e seguir regras éticas explícitas. E Demis Hassabis, do Google DeepMind, comentou que talvez vejamos surgir uma “constituição da AGI (inteligência artificial geral)” – um conjunto de valores e restrições que a IA superinteligente teria embutido para assegurar que permaneça benéfica.
• Reações Públicas e Cultura: Figuras públicas de diversos setores também estão comentando sobre o impacto da IA. Na política, alguns candidatos à presidência dos EUA em 2024 incluíram a IA em suas plataformas – por exemplo, uma campanha voltada à tecnologia de RFK Jr. propôs colocar “IA em tudo” no governo, uma abordagem que críticos chamaram de “um desastre” devido a preocupações com supervisão theverge.com theverge.com. No entretenimento, atores e roteiristas estão enfrentando o avanço da IA: sindicatos de Hollywood têm negociado limites para clones digitais de artistas feitos por IA. Apenas esta semana, a banda independente Deerhoof retirou sua música do Spotify, protestando que os royalties de streaming poderiam financiar pesquisas de IA para tecnologia militar – “não queríamos que nossa música financiasse tecnologia de IA para batalhas,” disse a banda, refletindo as ansiedades dos artistas theverge.com. E usuários comuns estão encontrando a IA de novas maneiras, desde vídeos deepfake virais no TikTok (alguns inofensivos, muitos preocupantes) theverge.com até bots de atendimento ao cliente que finalmente estão chegando perto de uma utilidade quase humana. Essa mistura de entusiasmo e apreensão no discurso público mostra que a IA não é mais um tema de nicho – já faz parte da conversa principal, tocando em ética, empregos, criatividade e além.

Fontes: Comunicados de imprensa oficiais das empresas; The Verge theverge.com theverge.com; TechCrunch techcrunch.com techcrunch.com; Reuters reuters.com reuters.com reuters.com reuters.com; Notícias do Parlamento Europeu europarl.europa.eu europarl.europa.eu; MIT News news.mit.edu news.mit.edu; Wired theverge.com; Bloomberg reuters.com; Relatório Congressional NCSL ncsl.org; Comentário da RAND Corporation rand.org rand.org; e entrevistas com especialistas em vários meios de comunicação reuters.com reuters.com.

• Denúncias de Mau Uso da IA: Especialistas não estão hesitando em expor os usos mais sombrios da IA. Uma investigação recente da Wired revelou uma indústria paralela de sites chamados “AI nudifier”, que usam IA generativa para produzir imagens falsas de mulheres nuas a partir de fotos com roupas – basicamente uma forma automatizada de assédio theverge.com. Surpreendentemente, dezenas desses sites estavam operando abertamente e até lucrando com redes de anúncios. O pesquisador Alexios Mantzarlis, do Indicator, que liderou o estudo, criticou grandes provedores de tecnologia por apoiarem, mesmo que involuntariamente, esse abuso. “Eles deveriam ter cessado imediatamente a prestação de quaisquer serviços a sites de IA nudifier quando ficou claro que seu único caso de uso era o assédio sexual,” disse Mantzarlis theverge.com. Sua equipe constatou que 62 de 85 desses sites dependiam de serviços de grandes empresas como Amazon (para hospedagem) ou Google (para APIs de login), implicando o ecossistema tecnológico tradicional em viabilizar usos maléficos da IA theverge.com theverge.com. Após o clamor público, alguns provedores começaram a retirar serviços desses sites, e reguladores na Europa estão atentos sob novas regras contra imagens não consensuais geradas por IA. Esse episódio ressalta como a ética da IA não é apenas teórica – ela tem implicações reais e urgentes para os direitos e a segurança das pessoas, e especialistas estão exigindo responsabilização.

Por fim, vale destacar um pouco de humor e humildade sobre IA nos círculos de especialistas. Quando questionado sobre o progresso acelerado, um pesquisador de IA brincou que os modelos atuais são “frequentemente errados, mas nunca hesitam.” À medida que os sistemas de IA produzem respostas confiantes (e eventuais erros), essa observação espirituosa faz sentido. A tarefa adiante, como afirmou um cientista do Google, é “transformar esses aproximadores universais em ferramentas confiáveis” – fazer a IA saber o que ela não sabe. Neste momento de avanço vertiginoso, as principais mentes de IA do mundo estão tanto impressionadas quanto alertas diante da tecnologia que criaram. O consenso: estamos entrando em um novo capítulo da revolução da IA, e será necessário uma colaboração sem precedentes entre pesquisadores, indústria, formuladores de políticas e sociedade para garantir que essa poderosa tecnologia realmente beneficie a humanidade. A história da IA em 2025 é de inovação notável – e o reconhecimento de que a forma como enfrentamos seus desafios agora vai moldar nosso futuro pelas próximas décadas.