Acesso à Internet nas Bahamas

As Bahamas ostenta uma das maiores taxas de penetração da internet no Caribe. Em janeiro de 2024, estima-se que 390.800 bahamenses eram usuários da internet – cerca de 94,4% da população datareportal.com. Isso representa um aumento dramático em relação aos 43% em 2010 statista.com. Em outras palavras, apenas cerca de 5–6% dos bahamenses permanecem offline datareportal.com. A grande maioria das residências e empresas, especialmente em centros urbanos como Nassau (New Providence), possui algum tipo de acesso à internet. As áreas urbanas (onde vivem cerca de 83,7% da população) desfrutam de conectividade generalizada, enquanto a pequena minoria das áreas rurais ou ilhas remotas tem mais chances de estar entre a população offline datareportal.com datareportal.com.
Apesar do acesso à internet ser quase universal em termos gerais (por meio de conexões fixas ou móveis), as Bahamas têm ficado atrás na adoção da banda larga fixa. Apenas cerca de 24% das pessoas possuem uma assinatura dedicada de internet fixa de alta velocidade, incluindo conexões DSL, cabo ou fibra worlddata.info worlddata.info. Isso indica que muitos bahamenses dependem de dados móveis ou conexões compartilhadas em vez de banda larga cabeada própria em casa. Ainda assim, praticamente todos os bahamenses conseguem acessar a internet de uma forma ou de outra – o que reflete o significativo progresso do país no acesso digital.
Principais Provedores de Internet e Tecnologias Disponíveis
Os serviços de internet nas Bahamas são fornecidos principalmente por duas empresas, oferecendo uma mistura de tecnologias que vão desde fibra óptica até conexões sem fio:
- Bahamas Telecommunications Company (BTC) – A operadora de telecomunicações incumbente (antiga BaTelCo) provê serviços tanto fixos quanto móveis. No segmento fixo, a BTC historicamente oferecia banda larga ADSL por linhas telefônicas de cobre, mas, nos últimos anos, vem implantando fibra até a residência (FTTH) em várias áreas. A BTC agora comercializa planos de internet fibra de alta velocidade de até 1000 Mbps (1 Gbps) de download btcbahamas.com. Por exemplo, os pacotes de fibra da BTC incluem faixas como ~150 Mbps, 350 Mbps, e até velocidades gigabit, com preços a partir de cerca de US$ 70–US$ 85 por mês em planos intermediários btcbahamas.com. Nas áreas ainda não atendidas pela fibra, a BTC continua oferecendo banda larga DSL (que historicamente atingia de 10–16 Mbps em planos antigos). A rede fixa da BTC cobre todas as principais ilhas; porém, a conectividade em vilarejos menores ainda pode depender de linhas de cobre antigas ou enlaces sem fio.
- Cable Bahamas (REV) – Inicialmente um fornecedor de TV por assinatura, a Cable Bahamas (com a marca “REV”) é o outro principal ISP. Ela opera uma rede híbrida fibra-coaxial (HFC) para banda larga e TV em New Providence (Nassau), Grand Bahama e algumas outras ilhas. Por meio da infraestrutura de cabo coaxial, a REV já ofereceu velocidades de dezenas de Mbps (ex: planos antigos de 30 Mbps, 75 Mbps, 105 Mbps) rev.bs rev.bs. Nos últimos anos, a Cable Bahamas acelerou o investimento em fibra até a residência, investindo cerca de US$ 80–US$ 85 milhões em uma nova rede FTTH para competir diretamente com a oferta de fibra da BTC tribune242.com. O novo serviço “ALIV Fibr” da empresa (integrado à sua marca móvel) já oferece banda larga de fibra em áreas selecionadas, com velocidades de até 1 Gbps. Por exemplo, os planos individuai de fibra da REV vão de 100 Mbps por cerca de US$ 54,50 por mês até 1000 Mbps (1 Gbps) por US$ 150 mensais rev.bs rev.bs (com descontos quando agregados a TV ou telefonia). Esse avanço da fibra inicialmente atende bairros com maior demanda em Nassau e partes de Abaco, com planos de expansão gradual da cobertura rev.bs rev.bs. Em ilhas onde a REV não implantou cabo ou fibra, o serviço geralmente não está disponível – essas áreas tipicamente ficam sob domínio da BTC ou recorrem a satélites.
- Outros provedores/tecnologias – Fora os dois gigantes, o mercado de ISPs nas Bahamas possui poucos outros participantes. Banda larga fixa sem fio tem sido utilizada em alguns casos para atender usuários remotos (por exemplo, enlaces ponto-a-ponto sem fio ou Wi-Fi provido por empreendedores locais em pequenas ilhas). Porém, não existe um terceiro ISP nacional; BTC e Cable Bahamas concentram a vasta maioria das assinaturas de internet fixa. Provedores via satélite (discutidos adiante) estão surgindo como opção importante em regiões remotas. No geral, as tecnologias de acesso em uso incluem links por fibra óptica nas áreas urbanas, banda larga via cabo coaxial, DSL sobre fios de cobre, roteadores fixos 4G/LTE e, cada vez mais, antenas parabólicas de satélite – todas empregadas conforme a geografia exige.
Acesso à Internet Móvel e Redes Celulares
A banda larga móvel é crucial nas Bahamas, pois permite o acesso à internet em todas as ilhas. Existem dois principais operadores de rede móvel:
- BTC (Bahamas Telecommunications Company) – A BTC opera uma rede móvel nacional (GSM/UMTS/LTE) e foi a única provedora celular até 2016. Seu braço móvel oferece cobertura 2G/3G e cobertura nacional 4G LTE para dados. A rede móvel da BTC historicamente tem o maior alcance, cobrindo praticamente todas as ilhas e ilhotas habitadas por meio de uma série de torres de celular e enlaces de micro-ondas.
- Aliv (Be Aliv) – A Aliv é a operadora móvel mais nova, lançada em 2016 como parte da liberalização. Ela pertence parcialmente à Cable Bahamas e introduziu concorrência no setor móvel. A Aliv opera uma rede 4G LTE que já cobre a maior parte da população. Poucos anos após o lançamento, a Aliv obteve cobertura nas principais ilhas e em muitas menores. (Em 2020, a empresa já relatava serviço 3G/4G em todas as ilhas habitadas, com LTE-Advanced disponível em New Providence, Grand Bahama, Bimini, centro de Abaco, partes de Exuma e Eleuthera bealiv.com.) A presença da Aliv forçou a BTC a melhorar suas ofertas, e atualmente as duas têm coberturas comparáveis.
Cobertura e desempenho: Ambas as operadoras afirmam ter cobertura nacional nos centros populacionais. De fato, em 2024, é possível obter ao menos serviço de voz/SMS em todas as ilhas habitadas das Bahamas waterwayguide.com. Praticamente toda cidade ou vila habitada tem uma torre celular, então o sinal é forte próximo a essas comunidades. A conectividade de dados é geralmente 4G LTE nas áreas desenvolvidas – as velocidades de LTE rivalizam com as dos EUA, com usuários frequentemente registrando downloads rápidos nas ilhas populosas waterwayguide.com. No entanto, em regiões muito remotas (entre vilarejos ou em alto-mar), o sinal pode cair para 3G ou desaparecer totalmente. Por exemplo, navegantes notam que, se você ancorar a alguns quilômetros de uma ilha com torre, sua conexão pode perder força, de LTE para 3G, e além de 10–15 milhas pode desaparecer waterwayguide.com waterwayguide.com. No geral, cerca de 95% da população está coberta por serviço 4G LTE, restando apenas alguns milhares de pessoas limitadas a sinais 3G ou 2G worlddata.info.
Tanto a BTC quanto a Aliv oferecem planos de dados móveis (pré-pagos e pós-pagos) que permitem que smartphones ou modems sem fio acessem a internet. As velocidades típicas de dados móveis na prática variam de alguns Mbps até algumas dezenas de Mbps, dependendo da carga da rede e da qualidade do sinal – geralmente suficiente para streaming e uso padrão da internet. Segundo uma análise de agosto de 2022, as velocidades medianas de download móvel eram inferiores às medianas de banda larga fixa, refletindo os limites inerentes do LTE versus redes de fibra/cabo statista.com. Ainda assim, a conectividade móvel é o principal método de acesso à internet para muitos bahamenses, especialmente em locais onde a banda larga fixa é indisponível ou muito cara.
Custos: Os preços da internet móvel nas Bahamas são relativamente altos em comparação com os padrões globais, mas acessíveis em relação ao nível de renda local. A União Internacional de Telecomunicações (UIT) apontou um custo médio mensal de ~US$ 32 para um plano móvel incluindo 2 GB de dados (além de algumas chamadas/SMS) em 2023 worlddata.info. Isso representou um aumento de cerca de 24% em relação ao custo do ano anterior, mas equivale a cerca de 1,2% da renda per capita nas Bahamas worlddata.info – um peso menor que os mais de 5% da renda comuns mundialmente. Ambos os operadores frequentemente oferecem pacotes de dados pré-pagos; por exemplo, um pacote de 2 GB pode custar cerca de US$ 30 (os preços exatos variam). Turistas ou marinheiros que visitam as ilhas costumam comprar um chip local para evitar tarifas de roaming, já que usar roaming nas redes das Bahamas pode ser caro waterwayguide.com. No geral, embora os dados móveis nas Bahamas não sejam baratos em valores absolutos, a cobertura e velocidade geralmente proporcionam bom custo-benefício aos usuários que têm poucas outras opções nas Family Islands.
Velocidades de Internet e Faixas de Preços
As velocidades dos serviços de internet nas Bahamas melhoraram muito com a introdução da fibra ótica e LTE, embora ainda fiquem atrás das médias globais mais rápidas. As conexões de banda larga fixa nas Bahamas tinham uma velocidade média de download de cerca de 70 Mbps (e upload de ~20 Mbps) no início de 2025 worlddata.info. Essa média coloca o país ao redor da 89ª posição mundial em velocidade de download fixa worlddata.info – um desempenho respeitável, mas com espaço para crescer. Em comparação, a velocidade média móvel é menor (dados sugerem que estava abaixo de 40 Mbps em média, pois o móvel tende a ser mais lento que o fixo). A maioria dos consumidores experimenta velocidades dependentes do plano contratado e da localização: clientes de fibra e cabo em Nassau podem obter facilmente mais de 100 Mbps, enquanto um usuário de ADSL em uma pequena comunidade pode alcançar apenas alguns Mbps.
Para ilustrar as ofertas, a tabela abaixo mostra planos residenciais de internet representativos dos principais provedores (preços em dólares das Bahamas, equivalentes ao dólar americano):
Planos Representativos de Banda Larga Fixa (2024)
Faixa do Plano | Velocidade de Download | Preço Mensal BTC Fiber | Preço Mensal REV Fiber (avulso) |
---|---|---|---|
Fiber Básico/Prime | 100 Mbps | ~US$ 70 (fibra ou VDSL) | US$ 54,50 rev.bs |
Fiber Intermediário/Pro | ~250–350 Mbps | ~US$ 85 (ex: plano de 350 Mbps) btcbahamas.com | US$ 74,50 rev.bs |
Fiber Avançado/Premium | 500–750 Mbps | N/A (BTC salta para 1000) | US$ 90,50 (500 Mbps) rev.bs / US$ 124,74 (750 Mbps) rev.bs rev.bs |
Fiber Topo de Linha Gigabit | 1000 Mbps (1 Gbps) | ~US$ 150 btcbahamas.com | US$ 150,00 rev.bs (US$ 125,99 se em combo) |
Notas da Tabela: Os planos de fibra da BTC começam em cerca de 150 Mbps e vão até 1 Gbps btcbahamas.com. A REV (Cable Bahamas) oferece faixas semelhantes; o plano de fibra “Prestige” avulso (750 Mbps) custa cerca de US$ 125, e um novo plano de 1 Gbps foi lançado a US$ 150 rev.bs. Adquirir combo com outros serviços pode reduzir esses preços (ex: 1 Gbps por ~US$ 126 em combo) rev.bs. Em áreas limitadas a serviços DSL ou cabo (HFC) antigos, as velocidades e preços variam – por exemplo, os antigos planos coaxiais da REV ofereciam 30 Mbps por ~US$ 50 e 75 Mbps por ~US$ 90 ao mês rev.bs rev.bs. Todos os preços excluem IVA e estão sujeitos a alterações.
No geral, o custo da banda larga nas Bahamas tende a ser mais alto do que na América do Norte, refletindo o pequeno mercado e os altos custos de infraestrutura. Porém, a concorrência e as atualizações tecnológicas estão gradualmente melhorando o custo-benefício. Clientes em Nassau agora usufruem de velocidades muito maiores por preços semelhantes aos de alguns anos atrás, graças às atualizações para fibra. As ilhas periféricas, por outro lado, ainda pagam taxas relativamente altas por um serviço bem mais lento (quando dependem de tecnologias antigas). Esse fosso urbano-rural é algo que o setor e o governo buscam reduzir.
Cobertura em Todo o Arquipélago: Disponibilidade Regional
Oferecer serviço de internet uniforme em um arquipélago de 700 ilhas (cerca de 30 delas habitadas) é um grande desafio. A conectividade e as opções variam conforme a ilha e a região, como resumido abaixo:
Disponibilidade de Internet por Ilha/Região
Ilha / Região | Opções de Banda Larga Fixa | Observações de Conectividade |
---|---|---|
New Providence (Nassau) | Fibra (FTTH) – BTC, REV; Cabo (DOCSIS); DSL | Cobertura densa com redes de alta velocidade. Serviço gigabit amplamente disponível na área metropolitana de Nassau tribune242.com. Praticamente todos os domicílios podem contratar banda larga via BTC ou REV. |
Grand Bahama (Freeport) | Cabo e fibra (em Freeport); DSL em algumas áreas | Segunda maior área urbana, com infraestrutura moderna. BTC e REV atendem Freeport com banda larga rápida. Implantação de fibra em andamento em alguns bairros. |
Principais “Family Islands” (ex: Abaco, Eleuthera, Exuma, Andros, Bimini) | Fibra/cabo parcial em vilas; ADSL e rádio fixo; 4G LTE amplamente usado | Muitas ilhas externas maiores contam com alguma banda larga fixa: ex: Abaco e Eleuthera têm fibra em alguns vilarejos rev.bs, e Exuma tem uma nova espinha dorsal de fibra submarina (2023) chegando a mais de 30 ilhotas bahamaslocal.com. Fora dos principais vilarejos, os moradores frequentemente dependem de dados móveis ou enlaces de rádio ponto a ponto. |
Pequenas Ilhas e Cays Remotas | Normalmente sem serviço cabeado (poucas exceções); apenas internet celular e via satélite | As menores comunidades não possuem infraestrutura de banda larga terrestre. Até pouco tempo, usavam sinais 3G/4G irregulares ou VSAT caro. Agora, as antenas satelitais Starlink estão sendo rapidamente adotadas para obter internet rápida nesses locais remotos tribune242.com tribune242.com. |
Nota: Todas as ilhas habitadas contam pelo menos com cobertura básica de voz e dados via redes móveis waterwayguide.com. Todo assentamento com eletricidade normalmente tem uma torre de celular próxima, então o 4G móvel cobre basicamente todas as ilhas (embora com qualidade variável). No entanto, a banda larga fixa (fibra/cabo/DSL) está concentrada nas ilhas mais populosas. Projetos ambiciosos estão em andamento para estender links de fibra óptica para ilhas e cays remotos, melhorando a qualidade do serviço fora de Nassau.
Desafios e Limitações na Conectividade
As Bahamas enfrentam desafios únicos para fornecer internet em um arquipélago amplamente disperso:
- Geografia e Escala: A população de aproximadamente 400.000 pessoas está distribuída em dezenas de ilhas e cayos, muitos dos quais são pouco povoados. Implantar cabos de fibra óptica ou outra infraestrutura em cada ponto habitado é extremamente caro. Algumas ilhas pequenas têm apenas algumas centenas de moradores, tornando difícil justificar implantações de redes caras. Portanto, há um desafio econômico e logístico para oferecer serviço igualitário em todos os lugares. Muitas ilhas menores historicamente dependiam de uma única linha DSL lenta ou de um link de micro-ondas para toda a comunidade, resultando em congestionamento e falta de confiabilidade.
- Lacunas de Infraestrutura: Enquanto as ilhas principais são interconectadas por cabos submarinos de fibra óptica (como a Bahamas Domestic Submarine Network International, e cabos internacionais como BICS e ARCOS conectando à Flórida), as ilhas menores frequentemente não têm conexão direta de fibra. Elas podem ser conectadas por links ponto-a-ponto via rádio ou retrocesso por satélite. Esses métodos têm maior latência e menor capacidade do que a fibra, resultando em gargalos no “último quilômetro”. Por exemplo, antes de 2023, dezenas de Exuma Cays não tinham banda larga alguma – uma situação que agora está sendo resolvida com novas instalações de fibra submarina bahamaslocal.com. Mesmo em ilhas maiores, o serviço fora das cidades principais pode ser irregular.
- Qualidade e Confiabilidade do Serviço: Usuários frequentemente relatam problemas de quedas de serviço e lentidão fora de Nassau. Em algumas Ilhas Menores, moradores vivenciam quedas frequentes de conectividade ou velocidades muito baixas, o que gera frustração tribune242.com. Uma pesquisa de 2023 apontou que muitos negócios bahamenses reclamam da baixa confiabilidade e cobertura nas Ilhas Menores, afirmando que as provedoras não atendem consistentemente às necessidades tribune242.com tribune242.com. A largura de banda pode ser limitada por equipamentos obsoletos ou links de retrocesso restritos. Quedas de energia também impactam a infraestrutura de telecom – a rede elétrica em muitas ilhas é instável e os sistemas de backup nem sempre são robustos, levando as torres de celular a pararem de funcionar quando a energia falha.
- Danos de Furacão: As Bahamas são propensas a furacões poderosos, que podem devastar a infraestrutura. Tempestades recentes ilustram essa vulnerabilidade: O Furacão Dorian (2019), categoria 5, “paralisou a rede elétrica e muitas torres de celular nas Bahamas, especialmente em Abaco” wirelessestimator.com. Tanto a BTC quanto a Aliv tiveram que agir rapidamente para restaurar a cobertura após Dorian derrubar torres e isolar ilhas inteiras wirelessestimator.com. No rescaldo de Dorian, algumas áreas ficaram semanas sem serviço celular. A restauração exige reconstrução de torres, reinstalação de fibra e envio de equipes técnicas – um processo lento e caro. Portanto, manter as comunicações durante eventos climáticos severos é um desafio constante. (Vale notar que BTC e Aliv ativaram roaming mútuo após Dorian, para ampliar a cobertura disponível wirelessestimator.com.) Reforçar a rede contra tempestades – com satélites de backup, torres mais robustas e links redundantes – é uma preocupação crucial para o futuro.
- Altos Custos e Tamanho de Mercado: A pequena população e relativa riqueza das Bahamas faz com que os serviços de telecomunicação não sejam baratos. Importação de equipamentos, passagem de cabos submarinos e manutenção de locais remotos contribuem para altos custos operacionais, que são repassados ao consumidor. Embora a renda nas Bahamas seja superior à média regional (o que melhora a acessibilidade relativa, como já mencionado), os preços absolutos de internet e serviços celulares podem ser uma barreira para os moradores de baixa renda. O duopólio da BTC e da Cable Bahamas em muitos segmentos também significou pouca pressão competitiva sobre os preços, historicamente (embora isso esteja começando a mudar).
Apesar desses desafios, há progresso. A cobertura 4G é essencialmente universal e, em 2023, a reguladora reportou 95% de penetração LTE (com apenas ~20 mil pessoas ainda no 3G) worlddata.info. Porém, todos concordam que a qualidade precisa melhorar. Empresas e consumidores cobram que as operadoras focam em melhorar a confiabilidade e as velocidades das redes 4G existentes antes de avançar para tecnologias como o 5G tribune242.com tribune242.com. Tanto moradores quanto empresas expressaram o desejo por serviços consistentes – menos quedas e interrupções – em todas as ilhas “especialmente nas Ilhas Menores” antes que o 5G se torne prioridade tribune242.com tribune242.com. Esse retorno vem guiando a estratégia nacional nos últimos anos.
Papel da Internet Via Satélite em Áreas Remotas
Diante dos desafios geográficos, a internet via satélite surgiu como um divisor de águas para comunidades remotas das Bahamas. Em particular, o serviço de satélites em órbita baixa (LEO) Starlink da SpaceX está transformando a conectividade de muitos moradores das Ilhas Menores:
- Chegada do Starlink: Em fevereiro de 2023, a reguladora bahamense URCA concedeu licença ao Starlink para operar no país tribune242.com. Em 2024, as antenas Starlink começaram a se proliferar nas ilhas mais afastadas. O Starlink oferece internet de alta velocidade (50–150 Mbps ou mais) via satélite, exigindo apenas uma pequena antena (tamanho de uma pizza) e visão desobstruída do céu. Tem sido revolucionário para quem vivia em áreas onde, por exemplo, a DSL mal chegava a 2 Mbps em seus melhores dias. Um instalador em Eleuthera comentou que a demanda por Starlink é “enorme” nas Ilhas Menores como Eleuthera e Acklins, onde antes “a internet era horrível” e as pessoas buscavam uma opção melhor tribune242.com. Sua empresa estava instalando ao menos um sistema Starlink por dia devido à alta demanda tribune242.com.
- Impacto nos Moradores: O desempenho e confiabilidade do Starlink geralmente impressionam usuários que antes não tinham alternativa senão conexões lentas ou irregulares. “O serviço é acessível, rápido e estável, e isso significa muito para quem… não tinha escolha a não ser aceitar um serviço ruim. Agora eles têm outra opção,” afirmou um empresário de tecnologia das Ilhas Menores tribune242.com. Em abril de 2025, o Starlink já contava com 9.000 usuários ativos nas Bahamas tribune242.com. Para efeito de comparação, isso representa uma porção significativa das residências das ilhas remotas. O Starlink basicamente realizou um salto sobre a infraestrutura terrestre nessas áreas, levando banda larga a lugares onde empresas de cabo/fibra nunca chegariam.
- Custo e Instalação: O serviço residencial do Starlink nas Bahamas custa em torno de US$ 55–75 por mês (alguns planos têm desconto na região), mais um custo único de equipamento (~US$ 400 pelo kit) facebook.com. Apesar do valor inicial ser significativo, a mensalidade é comparável ou inferior ao que muitos usuários rurais pagavam por serviços antigos de baixa qualidade. Diante do salto de velocidade (dezenas de Mbps versus talvez 1–2 Mbps antes) e da nova possibilidade de fazer streaming de vídeo ou videochamadas estáveis, muitos consideram o custo válido. Além disso, o Starlink não exige infraestrutura local de telecomunicações – um diferencial em ilhas propensas a tempestades. Após um furacão, a antena do Starlink pode funcionar em um gerador em qualquer lugar, enquanto postes caídos ou links de micro-ondas levam muito mais para serem consertados.
- Questões Competitivas: O crescimento da internet via satélite não passou despercebido pelas incumbentes. Tanto a Cable Bahamas quanto a BTC manifestaram preocupação de que o Starlink goza de vantagens e pode roubar clientes – sugerindo inclusive que venha a se tornar “a próxima operadora móvel do país” futuramente tribune242.com. A Cable Bahamas argumenta que os provedores via satélite deveriam pagar taxas regulatórias e cumprir obrigações comparáveis às das teles terrestres tribune242.com. Os reguladores, no entanto, afirmam que a licença do Starlink se limita à banda larga fixa (não à telefonia móvel) e que, por política, o setor móvel continua reservado às duas operadoras licenciadas tribune242.com. Em outras palavras, o Starlink não pode oferecer serviço celular, apenas internet em pontos fixos, atuando por ora como serviço complementar tribune242.com.
- Outras Opções de Satélite: Embora o Starlink seja dominante no momento, abriu espaço para concorrência. As Bahamas aguardam a chegada de outras constelações LEO, como o Project Kuiper da Amazon e até outras tecnologias (OneWeb ou provedores regionais), o que deve aquecer a competição nos próximos anos tribune242.com. Historicamente, internet via satélite nas Bahamas era limitada a VSAT caro, usado por iates, resorts remotos ou como backup de bancos. Essas ligações via satélite antigas tinham latência alta e eram custosas (centenas ou milhares de dólares por mês), por isso nunca foram adotadas em massa em residências. O modelo do Starlink – baixa latência e custo moderado – é, portanto, uma mudança de paradigma. Ele resolve especialmente a lacuna dos “últimos 5%” da população desconectada.
- Resiliência a Desastres: Serviços via satélite também vêm sendo adotados para comunicações de emergência. A SpaceX doou 56 unidades Starlink à Autoridade de Gestão de Riscos de Desastres das Bahamas para uso em resposta a furacões tribune242.com. Esses sistemas podem ser rapidamente ativados para fornecer internet e telefone (VoIP) a equipes de resgate e comunidades afetadas quando as redes terrestres caem. Autoridades relataram que o Starlink tem sido “crítico para permitir comunicação quando ocorre o pior” e pode literalmente salvar vidas em cenários pós-furacão tribune242.com. Essa redundância é valiosa diante da exposição das Bahamas aos furacões.
Em resumo, a internet via satélite – liderada pelo Starlink – agora desempenha um papel crucial nas Bahamas. Ela amplia o acesso à internet aos cantos mais isolados do país e força os provedores tradicionais a se superarem. Embora não substitua completamente as redes terrestres (especialmente em áreas densas), oferece um lifeline e uma alternativa que não existia há poucos anos.
Desenvolvimentos Recentes e Iniciativas de Conectividade
O governo das Bahamas e o setor privado implementaram diversas iniciativas nos últimos anos para melhorar a conectividade digital:
- Expansão Nacional de Fibra Óptica: Ambos os principais provedores de internet aceleraram suas expansões de fibra. O atual upgrade FTTH de mais de US$80 milhões da Cable Bahamas (marca ALIV Fibr) é uma resposta direta à concorrência e a novas ameaças de mercado como a Starlink tribune242.com. A empresa lançou oficialmente sua rede de fibra até a casa em maio de 2023 e, até meados desse ano, o projeto já estava “ganhando força” com novas áreas sendo ativadas. A BTC, por sua vez, também tem expandido sua rede de fibra (BTC Fiber) para mais bairros; as duas empresas estão, efetivamente, disputando quem conecta clientes mais rapidamente com serviços capazes de gigabits. Essa expansão de fibra visa fornecer internet mais confiável e de maior qualidade – e reter clientes que poderiam buscar alternativas sem fio. Em 2025, o acesso à fibra se torna comum em New Providence e está presente em partes de Grand Bahama, Abaco, Eleuthera, etc., com mais planos de expansão em andamento rev.bs linkedin.com.
- Infraestrutura Submarina para as Ilhas Familiares: Um esforço público-privado significativo tem sido a extensão de cabos submarinos de fibra óptica para ilhas de porte médio. No final de 2023, a Cable Bahamas fez uma parceria com a Global Nexus (GNX) para instalar uma “rede submarina de fibra de classe mundial” ao longo da cadeia de ilhas de Exuma, levando conectividade de banda larga a 34 ilhotas Exuma que antes tinham internet limitada bahamaslocal.com. Este “Projeto Exuma Fiber”, apoiado pelo governo e pelo vice-primeiro-ministro (também parlamentar de Exuma), prometia entregar internet de alta velocidade “sempre ativa” nessas ilhotas até o Natal de 2023 bahamaslocal.com bahamaslocal.com. Trata-se, essencialmente, de um projeto piloto que demonstra que a fibra pode chegar a comunidades remotas, impulsionando o turismo e oportunidades econômicas nas ilhas exteriores. Os parceiros já sinalizaram projetos semelhantes planejados para pelo menos outras duas regiões das Ilhas Familiares após Exuma bahamaslocal.com bahamaslocal.com. Essas iniciativas se alinham aos objetivos mais amplos do governo de construir a nação por meio da tecnologia e do desenvolvimento inclusivo.
- Política e Regulação: O regulador de telecomunicações das Bahamas, URCA, tem atuado ativamente na modelagem do cenário de conectividade. Além de licenciar a Starlink, a URCA realizou, em 2022–2023, consultas sobre redes móveis 5G. O consenso formado foi avançar devagar com o 5G até que questões de qualidade de serviço sejam resolvidas e haja demanda suficiente tribune242.com tribune242.com. Tanto a BTC quanto a Aliv indicaram que a chegada do 5G ainda pode não ser “economicamente viável” devido ao alto investimento e ao fato de muitos clientes ainda estarem satisfeitos com velocidades 4G tribune242.com. Assim, a URCA está focada em melhorar a cobertura 4G, disponibilidade de internet e qualidade de serviço em todas as ilhas antes de avançar com novas tecnologias tribune242.com tribune242.com. Além disso, a URCA passou a atualizar regulações de atacado – como, por exemplo, ao tratar do compartilhamento de infraestrutura entre BTC e Aliv – para incentivar a competição e a resiliência da rede. O governo sinalizou que aumentar a concorrência (inclusive potencialmente com mais operadoras regionais) poderia beneficiar os consumidores com melhores serviços e preços tribune242.com. Contudo, em 2025 a política ainda é ter apenas duas operadoras móveis, e os esforços se concentram em fazer com que essas duas concorram vigorosamente e ampliem seu alcance.
- Serviço Universal e Acesso Comunitário: O governo também discutiu obrigações de serviço universal e projetos para garantir que todos os bahamenses possam se conectar. Há programas para criar hotspots gratuitos de Wi-Fi em centros comunitários, escolas e bibliotecas em diferentes ilhas. Por exemplo, algumas iniciativas escolares visam fornecer acesso à internet e tablets a estudantes em regiões remotas. A pandemia de COVID-19 evidenciou a necessidade de uma internet robusta para ensino remoto, o que impulsionou melhorias emergenciais e a instalação de torres móveis em áreas subatendidas. Embora nem todas essas medidas sejam permanentes, elas pavimentam o caminho para infraestrutura duradoura nessas comunidades.
- Colaboração Público-Privada: Um destaque é a colaboração entre governo e empresas privadas de telecomunicações para alcançar metas nacionais de conectividade. O projeto de fibra em Exuma é um desses exemplos. Outro é a preparação para desastres: governo e operadoras trabalhando juntos para armazenar unidades de satélite e torres de celular portáteis para rápida implantação após furacões. Há discussões contínuas sobre reduzir o fosso digital – por exemplo, incentivando operadoras a oferecer pacotes acessíveis de banda larga para famílias de baixa renda ou ampliar a cobertura a todo rochedo e ilha habitada (talvez com subsídios ou incentivos). O Plano Nacional de Desenvolvimento das Bahamas e sua agenda digital incluem compromissos de modernização da infraestrutura de TIC como pilar do desenvolvimento econômico.
Concluindo, as Bahamas conquistaram avanços notáveis no acesso à internet, alcançando altíssimas taxas de uso e modernizando suas redes. A fibra ótica e o 4G/LTE já entregam alta velocidade para a maior parte da população, e soluções como a Starlink chegam ao restante. Persistem desafios quanto ao alto custo de infraestrutura, riscos de furacão e qualidade de serviço em todas as ilhas. Mas, com investimentos e inovação contínuos, a desigualdade digital no arquipélago vem diminuindo gradualmente. O esforço conjunto da BTC, Cable Bahamas/Aliv e novos participantes direciona o país para um futuro mais conectado – no qual até a menor das ilhas poderá estar online com internet veloz e confiável tribune242.com tribune242.com.
Fontes:
- DataReportal, “Digital 2024: The Bahamas” – principais estatísticas de usuários de internet datareportal.com datareportal.com.
- Worlddata.info, Telecommunicação nas Bahamas – velocidades médias, adesão à banda larga e custos de dados móveis worlddata.info worlddata.info.
- The Tribune 242 (Neil Hartnell, maio de 2023), “Melhore a qualidade antes de implementar o 5G” – consulta da URCA sobre 5G e feedback tribune242.com tribune242.com.
- The Tribune 242 (abril de 2025), “O avanço da Starlink nas Out Islands pode tirar Cable e BTC do mercado” – adoção de usuários Starlink e impacto nas ilhas remotas tribune242.com tribune242.com.
- The Tribune 242 (maio de 2023), “Cable ‘acelera’ fibra devido à ameaça Elon Musk” – investimento FTTH da Cable Bahamas e licença da Starlink tribune242.com tribune242.com.
- BahamasLocal News (setembro de 2023), “Conectividade de internet nos Exuma cays será impulsionada por fibra submarina” – projeto de fibra submarina conectando 34 Exuma cays bahamaslocal.com bahamaslocal.com.
- Waterway Guide (novembro de 2024), “Cobertura Celular e Permanecendo Conectado Durante Navegação nas Bahamas” – melhorias de cobertura celular ilha por ilha waterwayguide.com waterwayguide.com.
- BTC Bahamas e REV (sites dos provedores) – planos e preços de banda larga divulgados btcbahamas.com rev.bs.
- Wireless Estimator (setembro de 2019), “BTC, Aliv disputam para restabelecer cobertura de celular nas Bahamas” – danos do furacão Dorian e recuperação da rede wirelessestimator.com wirelessestimator.com.