Estado do Acesso à Internet na Argentina: Fibra, 5G e Satélite em 2025

Introdução: A Argentina se destaca como um dos países mais conectados da América Latina, com mais de 40 milhões de usuários de internet e uma penetração individual de internet de cerca de 88% no início de 2024 datareportal.com. O cenário de telecomunicações do país está evoluindo rapidamente: redes de fibra óptica estão se expandindo, serviços móveis 5G estão sendo lançados e novas opções de satélite prometem alcançar áreas remotas. No entanto, disparidades significativas persistem entre a conectividade urbana e rural, e desafios econômicos influenciam tanto a implementação quanto a acessibilidade dos serviços. Este relatório fornece uma visão abrangente da infraestrutura e uso da internet na Argentina em 2025 – cobrindo banda larga fixa (fibra, DSL, cabo), banda larga móvel (4G/5G) e serviços de satélite – e examina a penetração, velocidades, principais provedores, iniciativas governamentais, o crescente papel da internet via satélite, comparações regionais, além dos principais desafios e oportunidades na expansão do acesso.
Visão Geral da Infraestrutura de Internet na Argentina
A infraestrutura de internet da Argentina consiste em uma mistura de tecnologias de banda larga fixa (fibra óptica, cabo e DSL legado), extensas redes móveis e serviços de satélite em desenvolvimento:
- Banda Larga Fixa (Fibra, Cabo, DSL): O acesso à internet fixa é amplamente disponível, atingindo cerca de 80% dos lares argentinos até o final de 2024 dplnews.com. Isso equivale a cerca de 11,9 milhões de assinaturas de banda larga fixa (aproximadamente 25% da população) dplnews.com. As conexões de DSL legado têm diminuído constantemente à medida que os operadores migraram os clientes para links de fibra óptica mais rápidos budde.com.au. A banda larga por cabo – historicamente dominada pela Cablevisión (agora parte da Telecom Argentina) – permanece significativa, representando pouco menos da metade das conexões fixas, embora sua participação tenha diminuído desde 2021 à medida que a fibra cresce budde.com.au. A implementação de fibra para o lar (FTTH) acelerou dramaticamente: quase 4,8 milhões de assinaturas de fibra estavam ativas no final de 2024, um aumento de cerca de 1 milhão apenas naquele ano dplnews.com. A fibra agora representa cerca de 41% de todas as linhas de banda larga fixa nacionalmente dplnews.com, acima dos cerca de 34% no final de 2023 telesemana.com. Esse crescimento reflete as atualizações contínuas das redes de cobre e novas implementações de fibra nas cidades. A telefonia fixa, por sua vez, continua em lenta declínio à medida que os usuários dependem mais de serviços móveis e VoIP budde.com.au.
- Banda Larga Móvel (4G e 5G): A internet móvel é o principal meio de acesso para muitos argentinos, apoiada por alta penetração móvel e cobertura nacional 4G LTE budde.com.au. No início de 2024, a Argentina contava com 62,1 milhões de conexões celulares, equivalente a 135% da população (muitas pessoas mantêm vários SIMs/dispositivos) datareportal.com. As redes 4G estão bem desenvolvidas, cobrindo mais de 97% da população trade.gov. 5G chegou à Argentina em 2021 de forma limitada – os primeiros serviços 5G foram lançados usando frequências 4G reestruturadas budde.com.au. Um leilão dedicado de espectro 5G em outubro de 2023 alocou frequências de banda média de 3,5 GHz (250 MHz no total) para os três operadores móveis (Claro, Movistar e Personal), possibilitando uma implementação mais ampla do 5G budde.com.au. Em 2024, os sinais 5G começaram a se estender além de Buenos Aires e outras principais cidades, mas a cobertura e a adoção permaneceram modestas, com apenas uma pequena fração de assinantes usando 5G budde.com.au. As primeiras implantações de 5G incluem Núcleos 5G Autônomos sendo construídos e antenas iniciais em zonas urbanas densas. Espera-se que o acesso fixo sem fio 5G (FWA) ajude a levar banda larga residencial de alta velocidade a áreas sem fibra gsma.com. Por enquanto, o 4G continua a carregar a maior parte do tráfego de dados móveis em todo o país.
- Satelital e Outras Tecnologias: Historicamente, a internet via satélite na Argentina desempenhou um papel de nicho, servindo principalmente comunidades muito remotas. O operador estatal ARSAT fornece conectividade satelital por atacado (via satélites geoestacionários ARSAT-1 e 2) para telecentros rurais, escolas e algumas residências. Até recentemente, praticamente todo o serviço de satélite para consumidores dependia da ARSAT ou de revendedores que usavam sua capacidade en.mercopress.com. No entanto, 2023-2024 marcou um ponto de virada: a Argentina autorizou provedores de satélites de órbita baixa (LEO) a operar, abrindo a porta para os serviços Starlink da SpaceX, Projeto Kuiper da Amazon e OneWeb en.mercopress.com en.mercopress.com. Esta luz verde regulatória – emitida em fevereiro de 2024 – permite que essas empresas ofereçam internet via satélite de alta velocidade e baixa latência em todo o país a partir de 2024 en.mercopress.com en.mercopress.com. O Starlink, em particular, começou a aceitar clientes e a formar parcerias localmente; por exemplo, a ISP argentina Telecentro assinou um acordo para revender a conectividade do Starlink para empresas e alcançar áreas rurais além de sua rede terrestre telesemana.com telesemana.com. Além disso, provedores como HughesNet e Viasat obtiveram licenças e (através de parceiros como a ISP local Orbith) estão competindo por usuários rurais de banda larga kratosdefense.com. No geral, embora os satélites representem uma pequena parcela das conexões de internet em 2025, seu papel está crescendo como uma solução complementar para as regiões mais difíceis de alcançar na Argentina.
Penetração da Internet e Acessibilidade Urbana-Rural
A Argentina desfruta de uma alta penetração geral da internet, mas existe uma notável divisão na acessibilidade e qualidade entre os centros urbanos e áreas rurais ou remotas:
- Penetração Nacional: Como mencionado, cerca de 88–89% dos argentinos usam a internet datareportal.com freedomhouse.org, uma das taxas mais altas da América Latina freedomhouse.org. Quase 80% dos lares têm serviço de banda larga fixa até o final de 2024 dplnews.com – um nível que cresceu de cerca de 78,5% no ano anterior. Em termos absolutos, o país tinha cerca de 40,6 milhões de usuários de internet no início de 2024 datareportal.com. Esse uso generalizado é impulsionado pela maioria da população urbana e pela ubiquidade do acesso à internet móvel.
- Cobertura Urbana vs. Rural: A população da Argentina é altamente urbanizada (cerca de 92,5% urbana datareportal.com), e a infraestrutura de conectividade está correspondentemente concentrada em cidades e vilarejos. Nos principais centros urbanos – particularmente a região central que abrange Buenos Aires, Córdoba, Santa Fe e Mendoza – os residentes geralmente têm várias opções (fibra, cabo, 4G/5G) e uma melhor qualidade de serviço. De fato, a disponibilidade de internet domiciliar atinge 88% no núcleo urbano da Argentina – uma das mais altas da América Latina – mas essa estatística oculta uma distribuição geográfica desigual telesemana.com. O Índice de Internet da Câmara Argentina de Internet (CABASE) mostra que a conectividade está “fortemente concentrada no centro do país”, implicando que muitas províncias menores e áreas rurais estão atrasadas telesemana.com telesemana.com. Em contraste, áreas rurais enfrentam lacunas de cobertura. Um estudo de 331 localidades rurais em 2020-2021 descobriu que mais de 40% dessas comunidades rurais não tinham acesso à internet freedomhouse.org. Mesmo onde a cobertura móvel existe em zonas rurais, os residentes muitas vezes lutam com baixa largura de banda ou dependem de redes 3G mais antigas. O governo reconheceu que muitos que permanecem desconectados estão em áreas rurais ou remotas freedomhouse.org.
- Lacunas e Alternativas: Onde as linhas fixas estão ausentes, os habitantes rurais frequentemente dependem de banda larga móvel ou soluções criativas. Pesquisas indicam que, entre os lares que não têm conexão fixa com a internet, 78% acessam a internet por outros meios – 41,6% usam dados móveis em smartphones, e 36,8% até recorrem à rede Wi-Fi de um vizinho telesemana.com. (Apenas ~21% daqueles sem internet em casa permanecem totalmente offline) telesemana.com. Isso destaca tanto a forte demanda por conectividade quanto a disposição dos argentinos de ir longe para obter acesso em áreas carentes. Também sublinha uma questão de acessibilidade: uma estatística reveladora da CABASE é que quase 80% dos lares offline na Argentina tinham internet no passado – implicando que cancelaram o serviço, provavelmente por motivos econômicos telesemana.com. As províncias rurais, no Norte e no Sul, geralmente têm menos assinantes de banda larga e velocidades médias mais baixas do que províncias mais ricas e populosas. Por exemplo, enquanto mais de dois terços dos lares na província de Buenos Aires desfrutam de velocidades superiores a 50 Mbps, muitas províncias rurais ainda têm uma parte significativa dos usuários abaixo de 20 Mbps telesemana.com. Superar essa divisão digital urbano-rural continua a ser um desafio central: mesmo com a expansão da fibra e 5G nas cidades, o foco agora está mudando para a extensão de redes de backbone e soluções de última milha para o interior escassamente povoado da Argentina.
Tendências de Velocidade e Preços
Velocidades de Conexão: As velocidades da internet na Argentina melhoraram consideravelmente nos últimos anos, embora ainda fiquem abaixo da média global e de alguns pares regionais em certos casos freedomhouse.org. Segundo dados do Ookla Speedtest, em janeiro de 2024, a velocidade média de download para banda larga fixa era de 75,9 Mbps, enquanto a média de download de dados móveis era de cerca de 25,0 Mbps datareportal.com. As velocidades de banda larga fixa aumentaram cerca de 26% em relação ao ano anterior (um ganho de cerca de 15,5 Mbps na média) à medida que as melhorias de fibra proliferaram datareportal.com. As velocidades móveis também tiveram um aumento saudável de 12,7% em relação ao ano anterior datareportal.com. Essas cifras indicam que a experiência típica de internet em casa na Argentina é razoavelmente rápida – adequada para streaming em HD e videoconferência – e a largura de banda móvel é suficiente para a maioria das aplicações. Além disso, os agregados nacionais ocultam uma distribuição: quase 80% das conexões de banda larga fixa agora operam em velocidades de 30 Mbps ou mais dplnews.com dplnews.com. De fato, cerca de 62% dos lares recebem serviço de 50 Mbps ou mais, incluindo mais de um terço superando 100 Mbps, graças à fibra e ao DOCSIS em cidades telesemana.com. Mesmo assim, uma minoria ainda está em links mais lentos – aproximadamente 20% das linhas fixas estavam abaixo de 20 Mbps até o final de 2023 telesemana.com, provavelmente em áreas rurais ou em DSL antigo. Para mobiles, a chegada do 5G deve aumentar ainda mais as velocidades sem fio (testes iniciais mostram que usuários de 5G podem obter 200+ Mbps em condições ideais), mas em 2024 o usuário médio móvel em 4G viu dezenas de Mbps. Vale a pena notar que as velocidades da Argentina, embora estejam melhorando, ficam atrás das do Chile (que lidera a região em velocidade de banda larga fixa) e de algumas médias regionais freedomhouse.org. Investimentos contínuos em backbones de fibra, expansão do 5G e novos cabos submarinos (como o Firmina, da Google, planejado para chegar à Argentina) visam aumentar as velocidades e reduzir a latência nos próximos anos freedomhouse.org freedomhouse.org.
Preços e Acessibilidade: Os preços da internet na Argentina são um problema complexo, fortemente influenciado pela volatilidade econômica. A hiperinflação do país e a desvalorização da moeda provocaram um aumento rápido nos custos dos serviços e intervenções governamentais periódicas. Em 2020, o governo anterior declarou serviços de telecomunicações como “essenciais” e congelou ou regulou rigorosamente as tarifas de banda larga e móveis (Decreto 690/2020) budde.com.au. Essa política, destinada a manter a internet acessível durante a pandemia, resultou em tetos de preços que limitaram os provedores a aumentos de porcentagens de um único dígito – bem abaixo da inflação – por vários anos. Embora tenha beneficiado os consumidores a curto prazo, também erodiu as receitas das ISPs em termos reais e desencorajou investimentos na expansão da rede budde.com.au. Até 2022-2023, a inflação disparou acima de 100% anualmente, e os operadores tiveram dificuldades com as taxas reguladas. Por exemplo, a receita média por usuário de internet fixa (ARPU) era de apenas ARS 3.700 no início de 2024 devido aos tetos, mas após liberalização parcial, saltou para ARS 15.600 no final de 2024 – um aumento aproximado de quatro vezes dplnews.com. Esse aumento superou até a inflação de 118% da Argentina em 2024, indicando um ajuste nos preços assim que os controles foram aliviados dplnews.com. De fato, em abril de 2024, a nova administração reverteu a política de 2020: o ENACOM levantou o teto sobre as tarifas de internet, móvel e TV (via Decreto de Emergência 302/2024), permitindo que as empresas definissem preços “justos e razoáveis” livremente batimes.com.ar batimes.com.ar. Como resultado, aumentos significativos nos preços dos serviços ocorreram em meados de 2024.
Para os consumidores, a combinação de subvalorização anterior e correções de preços atuais tem sido desafiadora. Um estudo encontrou que 67,5% dos lares argentinos tomaram medidas para reduzir despesas com telecomunicações – como rebaixar planos ou cancelar serviços – em meio à crise econômica batimes.com.ar batimes.com.ar. Alguns usuários de baixa renda que recebiam dados móveis gratuitos ou subsidiados durante a pandemia perderam esses benefícios posteriormente, afetando o uso. Em termos de dólares, os preços da banda larga da Argentina podem ser difíceis de definir devido a flutuações na taxa de câmbio; no entanto, a taxas oficiais, um plano padrão de fibra para residência de 100 Mbps custava cerca de $20–$30 USD por mês em 2024, o que é acessível em termos globais, mas em termos locais essas taxas aumentaram acentuadamente e impactaram os orçamentos familiares. A oportunidade adiante é que, com os preços agora liberalizados e (esperançosamente) se estabilizando, os operadores podem ter mais incentivo (e receita) para modernizar as redes, enquanto programas de subsídios direcionados podem se concentrar em conectar aqueles que ainda consideram o serviço fora de alcance. Notavelmente, o governo continua a oferecer um plano universal básico (“Prestação Básica”) a uma taxa com desconto para usuários de baixa renda qualificados, a fim de mitigar a lacuna de acessibilidade.
Principais ISPs e Participação no Mercado
O mercado de telecomunicações da Argentina apresenta uma mistura de grandes operadores de múltiplos serviços e numerosos provedores menores. É altamente competitivo em móvel e relativamente fragmentado em banda larga fixa. Os principais Provedores de Serviços de Internet (ISPs) e suas posições no mercado são os seguintes:
- Telecom Argentina (Personal/Fibertel/Flow): O maior operador de telecomunicações, a Telecom Argentina, oferece banda larga fixa, móvel e TV por assinatura. Ela se fundiu com a Cablevisión (unidade de banda larga a cabo do Grupo Clarín) em 2018, criando um gigante convergente statista.com. No final de 2024, a Telecom tinha cerca de 4,0 milhões de assinantes de banda larga fixa finance.yahoo.com – cerca de um terço do total nacional. Isso inclui clientes sob a marca Fibertel/Flow (cabo e fibra). No lado móvel, a marca Personal da Telecom tinha cerca de 21,6 milhões de linhas móveis em 2024 bnamericas.com, tornando-se o segundo maior operador móvel. O Personal detém cerca de 33% das assinaturas móveis statista.com. O portfólio amplo da Telecom (voz fixa, banda larga, móvel, TV) e a extensa infraestrutura conferem a ela um papel dominante, embora sua receita tenha sido pressionada pelo clima econômico statista.com. A empresa investiu agressivamente em atualizações de fibra e até lançou um dos primeiros núcleos Standalone 5G da Argentina em preparação para a expansão do 5G.
- Telefónica de Argentina (Movistar): A Movistar da Telefónica é outro jogador-chave, historicamente o operador incumbente de linha fixa na região de Buenos Aires e um provedor móvel nacional. A Movistar é a terceira maior operadora móvel da Argentina, com cerca de 27–28% de participação (16+ milhões de assinantes móveis) statista.com chequeado.com. Em relação à banda larga fixa, a Movistar tem sido menor desde que sua rede fixa foi regionalmente limitada e baseada em DSL. Ela está implementando FTTH em cidades como Buenos Aires, mas sua base de banda larga fixa é de apenas cerca de 1,3 milhões de assinantes (cerca de 11–12% de participação de mercado) chequeado.com. A Telefónica relatou que está buscando sair da Argentina (como parte de uma reestruturação na América Latina), e no início de 2024, concordou em vender sua operação local para a Telecom Argentina; no entanto, o governo colocou essa fusão em espera devido a preocupações com a concorrência bnamericas.com. Assim, a Movistar continua a operar de forma independente por enquanto. Notavelmente, a Movistar foi reconhecida por liderar em velocidades de banda larga fixa – um relatório nPerf de 2023 classificou o serviço de fibra da Movistar como o mais rápido em média de download (137 Mbps) e upload (127 Mbps) entre os ISPs argentinos telesemana.com.
- Claro Argentina (América Móvil): A Claro, propriedade da América Móvil do México, é a líder do mercado móvel, com cerca de 40% dos assinantes móveis na Argentina statista.com. Ela tinha cerca de 24–25 milhões de linhas móveis em 2023. A força da Claro está no móvel (voz e dados); ao contrário da Telecom e da Telefónica, historicamente não possuía uma grande presença de linha fixa devido a regulamentos que uma vez impediam operadores móveis exclusivos de oferecer banda larga. Somente nos últimos anos a Claro começou a implantar fibra em algumas cidades e a oferecer acesso sem fio fixo. Seus números de assinantes de banda larga fixa ainda são relativamente pequenos (alguns poucos milhares no máximo). A Claro agora está aproveitando sua infraestrutura móvel e, após o leilão de espectro de 2023, fez parceria com a Nokia para implantar cobertura 5G em grandes cidades datacenterdynamics.com. No campo fixo, a Claro é um pouco desafiadora – está perseguindo uma “estratégia comercial agressiva” para conquistar clientes de banda larga, incluindo pacotes e preços competitivos telesemana.com. Mesmo assim, em 2025, o impacto da Claro na internet fixa é modesto, e nPerf classificou seu desempenho em banda larga como o último entre os principais ISPs (citando maior latência e velocidades inconsistentes) telesemana.com.
- Telecentro: A Telecentro é um proeminente ISP regional de cabo e fibra focado na área metropolitana de Buenos Aires. É uma empresa de propriedade privada que ganhou uma participação significativa na região da capital ao oferecer serviços de alta velocidade (foi uma das primeiras a oferecer serviço de 1 Gbps na Argentina). A Telecentro tem cerca de 1,5 milhão de conexões de banda larga em 2024 telesemana.com, o que lhe confere cerca de 12-13% do mercado nacional de banda larga fixa. Isso torna a Telecentro o terceiro maior ISP fixo, após a Telecom e a Telefónica. Sua rede de fibra de 10.000 km está atualmente concentrada na cidade/província de Buenos Aires e em algumas províncias adjacentes telesemana.com. A Telecentro não oferece serviço móvel (embora já tenha detido espectro, nunca construiu uma rede 4G e agora já fez parceria com o Starlink para alcançar áreas fora de sua cobertura) telesemana.com telesemana.com. Conhecida por preços competitivos e planos de dados ilimitados, a Telecentro frequentemente pressiona as incumbentes em mercados urbanos a melhorar o serviço. De acordo com a nPerf, a banda larga da Telecentro ocupa um bom lugar em latência (21 ms) e possui velocidades comparáveis às da Movistar (cerca de 139 Mbps de download) telesemana.com.
- Outros ISPs e Cooperativas: Fora os grandes players, a Argentina tem uma longa lista de ISPs menores. Na verdade, “outros” coletivamente representam uma estimativa de 40% ou mais das assinaturas de banda larga fixa. Isso inclui centenas de cooperativas locais e ISPs baseados em cidades que historicamente forneciam telefonia ou TV a cabo em áreas não atendidas pelos grandes. Muitos se modernizaram para fibra e fazem parte da associação CABASE. Por exemplo, empresas provinciais como Supercanal (em Cuyo e no interior) ou cooperativas comunitárias em cidades possuem parte dos clientes. A estatal ARSAT não vende internet a varejo, mas possibilita que muitos desses pequenos ISPs forneçam conectividade de backbone (via rede federal de fibra e satélite). Esse mercado fragmentado significa que, enquanto os 3-4 principais provedores cobrem as grandes cidades, uma infinidade de operadores menores preenchem lacunas, especialmente em pequenas cidades e comunidades rurais. Essa diversidade competitiva traz benefícios – promove inovação e pode reduzir os preços localmente – mas também resulta em qualidade de serviço desigual e escala. Esforços estão em andamento para integrar essas redes por meio de IXPs e da backbone nacional de fibra, para que até mesmo o menor ISP consiga oferecer velocidades decentes.
Em resumo, o mercado de ISPs da Argentina é caracterizado por três gigantes das telecomunicações (Telecom, Telefónica, Claro) dominando o móvel e grandes partes do fixo, um forte jogador regional (Telecentro) na capital, e um ecossistema resiliente de provedores menores em outros lugares. As participações de mercado estão mudando à medida que fusões são tentadas e novos entrantes (incluindo, potencialmente, empresas de cabo entrando no móvel, etc.) aparecem. O ambiente competitivo, especialmente após a desregulamentação de preços, permanece feroz, mas amigável para o consumidor, com provedores competindo por atualizações de velocidade e pacotes para atrair assinantes telesemana.com.
Iniciativas Governamentais e Projetos para Melhorar a Conectividade
O governo argentino, muitas vezes em parceria com o setor privado, tem estado ativamente envolvido na expansão e atualização da infraestrutura de conectividade do país. As principais iniciativas e medidas de política incluem:
- Plano Conectar (Plano Nacional de Conectividade): Lançado em setembro de 2020, o Plano Conectar é um programa abrangente para aumentar a cobertura de banda larga em toda a Argentina budde.com.au. Ele implica investimentos públicos significativos em infraestrutura, especialmente em áreas carentes. Um dos pontos centrais do Plano Conectar é a expansão da Red Federal de Fibra Óptica (REFEFO) – a backbone de fibra óptica federal. Nos últimos anos, a ARSAT (o atacadista estatal de telecomunicações) estendeu essa rede de fibra para alcançar localidades mais remotas. Até agosto de 2023, a REFEFO tinha 32.804 km de fibra “iluminada” (ativa e em serviço), conectando 1.129 cidades e permitindo o acesso à internet para uma estimativa de 17,9 milhões de pessoas que estão ao alcance desses nós de rede argentina.gob.ar. Até o final de 2023, o plano era expandir para 38.800 km de fibra de backbone e conectar mais de 22 milhões de pessoas argentina.gob.ar. Isso implica na construção de novas rotas de fibra (4.400 km sob o Plano Conectar) e na atualização de equipamentos para aumentar a capacidade dez vezes em links mais antigos argentina.gob.ar. A backbone permite que ISPs locais e operadores móveis transportem tráfego a menor custo, estendendo assim serviços de alta velocidade a províncias como La Rioja, Misiones ou Tierra del Fuego. Juntamente com a fibra, o Plano Conectar também propôs expandir o sistema nacional de satélites (satélites da ARSAT) para melhorar a conectividade rural freedomhouse.org. Embora o terceiro satélite de comunicação da Argentina (ARSAT-3) tenha enfrentado atrasos, a intenção é reforçar a cobertura satelital para regiões remotas e países vizinhos.
- Serviço Universal e Acesso Comunitário: O governo administra um fundo de serviço universal (financiado por uma pequena taxa sobre as receitas das telecomunicações), que tem sido utilizado para co-financiar projetos de conectividade. Em janeiro de 2023, por exemplo, o ENACOM anunciou um programa para fornecer internet a escolas rurais e centros de saúde, alocando ARS 1 bilhão (cerca de $6 milhões na época) para conectar instituições públicas em áreas rurais freedomhouse.org. Isso faz parte do objetivo “Internet para Todos”. Outras iniciativas incluem a instalação de pontos de Wi-Fi comunitário em bairros de baixa renda, distribuição de roteadores 4G e continuidade de esforços semelhantes ao “Plano Ceibal” (inspirado no Uruguai) para integrar a conectividade na educação. Durante a pandemia, o governo também exigiu que as operadoras oferecessem um plano básico de banda larga de 2 Mbps a um preço muito baixo para aqueles que recebem benefícios sociais, a fim de evitar desconexões – uma política que evoluiu para um nível acessível permanente.
- Mudanças Regulatórias e Clima de Investimento: O cenário político mudou no final de 2023 com uma nova administração. Em abril de 2024, o governo revogou o decreto de emergência de 2020 (690/20) que havia declarado os serviços de telecomunicações como uma utilidade pública batimes.com.ar. Ao remover controles rígidos de preços e a micromanagement estatal das tarifas, a administração de Milei buscou incentivar investimentos privados por meio de incentivos de mercado batimes.com.ar batimes.com.ar. O regulador ENACOM também foi reformado, com uma nova liderança indicando uma postura mais favorável aos negócios – enfatizando uma “estrutura regulatória previsível” para fomentar a economia digital en.mercopress.com. Um resultado imediato foi o renascimento das conversas sobre investimento em rede: por exemplo, logo após o levantamento dos tetos de preços, a Telecom Argentina anunciou que aceleraria a implantação de 5G e extensões de fibra para o lar, e a Telecentro revelou um plano de atualização de rede de $400 milhões telesemana.com. O governo também mostrou disposição para bloquear fusões por motivos antitruste (como visto com o acordo interrompido entre Telecom e Telefónica) bnamericas.com, sinalizando que, ao mesmo tempo em que desregulamenta, busca manter a concorrência.
- Parcerias Público-Privadas (PPPs): A Argentina aproveitou as PPPs em telecomunicações, especialmente para conectividade rural. Um exemplo são os projetos de última milha da ARSAT: a ARSAT fornece backhaul para uma cidade e, em seguida, faz parceria com cooperativas locais ou empresas para conectar residências. Outro exemplo é visto na Patagônia, onde Telespazio (uma empresa italiana) e a agência estatal Altec se uniram para usar o Starlink para conectar escolas e escritórios de governo em áreas remotas da Patagônia no final de 2024 budde.com.au. Em vez de o governo comprar terminais de usuário, essa abordagem funciona através de um provedor privado sob facilitação do governo. Da mesma forma, os governos provinciais têm trabalhado com operadoras para expandir a cobertura 4G ao longo de rodovias e vilarejos rurais (frequentemente subsidiando a construção de torres). A colaboração internacional também é notável: o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) forneceu empréstimos para projetos de conectividade, e, no front dos cabos submarinos, a Argentina trabalhou com a Google e a GlobeNet em novas rotas de fibra (por exemplo, o cabo Malbec para o Brasil operacional em 2021 freedomhouse.org, e o próximo cabo submarino Firmina ligando a Argentina diretamente aos EUA, que deve entrar em operação por volta de 2023-2024 freedomhouse.org). Esses projetos melhoram a resiliência e a capacidade da internet da Argentina, reduzindo a latência e o custo da largura de banda internacional – o que, em última instância, beneficia os consumidores.
- Legislação “Internet como Direito”: Inspirada por tendências globais, países vizinhos como o Chile e outros, a Argentina considerou tornar o acesso à internet um direito legalmente protegido. Embora a Argentina não tenha explicitamente aprovado tal lei (o Chile fez em 2024), o espírito estava presente no decreto de 2020. Agora, em vez de uma regulamentação estilo utilidade, os legisladores estão debatendo estruturas para garantir padrões mínimos de serviço. O consenso em todo o espectro político é que superar a lacuna digital é crucial para o desenvolvimento econômico. Portanto, mesmo com mudanças ideológicas, a conectividade permanece uma prioridade política. A Agenda Digital 2024 do país e outros documentos estratégicos destacam metas de alcançar quase cobertura universal de banda larga, implantar 5G extensivamente e promover habilidades e serviços digitais.
Em resumo, o papel do governo argentino é duplo: facilitador de infraestrutura (através da backbone da ARSAT, leilões de espectro e assistência financeira) e regulador de mercado (equilibrando acessibilidade com incentivos de investimento). Até 2025, ações recentes – como permitir satélites LEO, liberar preços e investir em fibra – indicam uma estratégia para liberar competição e tecnologia para fechar as lacunas de conectividade restantes, enquanto intervenções com subsídios ou projetos onde o mercado por si só não é suficiente (por exemplo, comunidades rurais remotas).
Provedores de Internet via Satélite: Papel e Disponibilidade
A internet via satélite está se tornando um componente cada vez mais importante do cenário de conectividade da Argentina em 2025, especialmente para regiões rurais e carentes onde as redes terrestres estão ausentes ou são custosas para serem implantadas. Existem duas amplas categorias de serviços de internet via satélite na Argentina:
- Serviços de Satélite Geoestacionário (GEO): Esses serviços estão disponíveis há anos através da ARSAT e provedores internacionais. A ARSAT opera dois satélites GEO (ARSAT-1 e ARSAT-2) posicionados sobre as Américas, principalmente para fornecer serviços de telecomunicações e transmissão na Argentina. Por meio da ARSAT, o governo ofereceu banda larga via satélite para centros comunitários remotos, escolas e alguns usuários individuais (geralmente via terminais VSAT). No entanto, a internet via satélite GEO tem limitações – a latência é alta (~600ms+) e a largura de banda é limitada, tornando-se uma última alternativa para conectividade básica. Outros provedores GEO, como HughesNet (via satélites Echostar XVII/XIX) e Viasat, também têm a Argentina como alvo. Em 2018, a Viasat firmou um acordo para usar a capacidade do satélite da ARSAT para oferecer internet residencial, e a Hughes se associou à ARSAT para estender a conectividade a escolas rurais usando seu sistema Jupiter ir.echostar.com stock.adobe.com. Embora algumas milhares de residências possam usar essas opções de satélite legadas, a grande mudança vem da nova geração de satélites.
- Constelações de Baixa Órbita (LEO): Como mencionado, o governo da Argentina autorizou no início de 2024 operadores de satélites LEO a atender o país en.mercopress.com en.mercopress.com. Isso inclui Starlink (const